Marcelo Claure, do Softbank, busca US$ 2 bi em pagamento

Executivo defendeu a cisão do fundo de investimentos latino-americano da empresa, ao contrário do que pensava o fundador do grupo japonês

Marcelo Claure, diretor de operações do Softbank
03 de Dezembro, 2021 | 11:43 PM

Bloomberg Línea — O diretor de operações do Softbank, Marcelo Claure, está em meio a um debate com o fundador e presidente-executivo da empresa, Masayoshi Son, sobre qual deveria ser o valor da remuneração que ele teria de receber nos próximos anos. Claure, que está na empresa desde 2014, busca uma cifra próxima a US$ 2 bilhões, valor que está longe do que Son e outros executivos da empresa estão dispostos a pagar a ele.

Os argumentos do executivo de origem boliviana são que o número se justifica pelo trabalho que tem feito, como os ajustes que fez no investimento do Softbank no WeWork, revelados pelo The New York Times. Além disso, acrescentou a publicação, para Claure os US$ 2 bilhões também refletem o valor que ele poderia trazer para a empresa.

No entanto, os executivos do Softbank estão dispostos apenas a se aproximar de uma cifra de dezenas de milhões de dólares, visto que um valor maior pode gerar incerteza entre os investidores no Japão, segundo o jornal. As ações da empresa caíram mais de 30% na bolsa nos últimos seis meses, segundo dados da Bloomberg.

Claure é um dos executivos mais bem pagos dos últimos anos no Japão, acrescentou o New York Times. O veículo disse que as negociações duraram semanas e desgastaram os laços com Son, tanto que isso pode levar à saída de Claure do Softbank nos próximos meses, independentemente do valor da compensação que busca.

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Essa não é a primeira disputa entre o executivo boliviano e Son, já que em outubro a Bloomberg News revelou que Claure defendia a cisão do fundo de investimentos latino-americano da empresa, ao contrário do que pensava o fundador do Softbank.

O fundo, que está sob a liderança de Claure, investiu em 48 empresas e gerou uma taxa interna de retorno de 85% em dólares americanos. O empresário acredita que um spin-off é uma forma de construir o negócio, criar valor para o SoftBank e aumentar sua própria remuneração, segundo pessoas a par das discussões contatadas pela Bloomberg News.

Na época, também se falava da possibilidade de Claure deixar o SoftBank por causa desse desentendimento, disseram as pessoas. Eles acrescentaram que o empresário de 50 anos tem pressionado por mais autonomia e dinheiro.

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Quando isso aconteceu, por meio de um comunicado à imprensa, Son disse que “não há discussão sobre um spin-off do fundo latino-americano do SoftBank” e acrescentou que mantém com Claure “um relacionamento” e que o executivo é um “membro valioso da equipe.”

Claure foi o segundo executivo mais bem pago do Softbank no ano passado, alcançando mais de US$ 1 bilhão depois de vender sua distribuidora de telefones celulares para a empresa em 2013.

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Carlos  Rodríguez Salcedo

Periodista colombiano, especializado en economía. Fui periodista y editor del diario La República, con experiencia en temas macroeconómicos, empresariales y financieros. Además, pasé por la agencia de noticias Colprensa.