Brasil é destaque na Art Basel de Miami; confira as obras

Lygia Clark, Tarsila do Amaral, Sônia Gomes e Carlitos Carvalhosa concentram atenção; mais de 10 galerias exibiram arte brasileira

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Miami — Uma das coisas mais fascinantes na Art Basel Miami Beach é que é possível admirar arte de todo o mundo em um só lugar – e são as melhores obras. Este ano, visitamos a feira principal e selecionamos peças de alguns dos principais artistas brasileiros. Confira os destaques (sem ordem específica).

Quando se trata de arte, a Art Basel tem de tudo. Algumas obras são enormes e tomam conta do átrio, e este ano vimos até arte performática. No entanto, outras obras, embora sejam importantes, são diminutas, como “O Bicho”, de Lygia Clark. A pequena escultura está à venda por US$ 520 mil, e a artista é representada pela galeria Simões de Assis, com unidades em São Paulo e Curitiba. Clark era conhecida por ser uma artista abstrata e cofundadora do movimento neoconcreto no Brasil. Além de esculturas, ela também pintou e estudou com o famoso Roberto Burle Marx. Em 1960, ela começou a criar bichos, e a obra a seguir faz parte de uma série.

A próxima obra é a mais importante. Ela estava exposta na galeria Henrique Faria, e o próprio Faria a descreveu como “a Monalisa brasileira”. O quadro, de título “A Negra”, foi pintado por Tarsila do Amaral, participante do movimento modernista. Seu trabalho foi exposto no Museu de Arte Moderna de Nova York, que descreve seu estilo como “paisagens vibrantes e sensuais e cenas do cotidiano”. E de maneira semelhante à Monalisa, não importa de onde você olhe para o quadro, parece que a personagem está olhando para você. A obra está à venda por US$ 4 milhões.

Esta obra de Sônia Gomes – que só se tornou artista aos 45 anos, após muitos anos como advogada – é muito emblemática. A artista de Caetanópolis, em Minas Gerais, cresceu em uma área conhecida pela indústria têxtil. Sua primeira expressão como artista foi a confecção de roupas e joias personalizadas, que continuam em seu portfólio até hoje. Suas peças são, em grande parte, feitas de tecidos antigos, peças usadas que são transformadas em esculturas de tecido. Ela é representada pela Mendes Wood DM de São Paulo, e a obra intitulada “O intervalo” está à venda por US$ 180 mil.

Encerrando nossa lista de destaques, temos uma escultura de Carlitos Carvalhosa intitulada “It was like this when” (“Era assim”, em tradução livre). Carvalhosa faleceu este ano, vítima de câncer. Assim como Tarsila do Amaral, Carvalhosa também teve uma exposição no Museu de Arte Moderna de Nova York. Trabalhou em vários meios, desde pintura, passando por escultura em cera, até grandes esculturas em gesso, como a que segue. A galerista não quis estabelecer um preço específico, já que é negociável, mas ela afirmou que a obra está avaliada entre US$ 50 mil e US$ 100 mil.

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