Opep+ discute aumento da produção com peso de cepa sobre preços

Grupo enfrenta pressão de grandes consumidores como os EUA para aumentar os suprimentos mais rapidamente

Opep e aliados discutem ajuste na produção
Por Grant Smith - Salma El Wardany e Julia Fanzeres
01 de Dezembro, 2021 | 10:48 AM

Bloomberg — A Opep e aliados começam dois dias de reuniões para debater o planejado aumento da produção, com expectativas crescentes de que o grupo fará uma pausa devido à ameaça da nova variante do coronavírus.

Ministros da aliança não comentam suas intenções. O ministro do Petróleo do Iraque, Ihsan Abdul Jabbar Ismaael, um dos poucos que falaram em público sobre o assunto, disse que concordaria com tudo o que o grupo decidir, seja elevar a oferta ou fazer uma pausa. A maioria dos analistas e operadores entrevistados pela Bloomberg acredita que a aliança vai adiar o aumento.

A situação do mercado de petróleo virou de repente para a coalizão liderada pela Arábia Saudita e Rússia. Ao longo de novembro, o grupo enfrentou a pressão de grandes consumidores como os EUA para aumentar os suprimentos mais rapidamente. Mas, depois que a cepa ômicron do coronavírus empurrou o mercado de petróleo para território baixista, mesmo um modesto aumento parece mais arriscado.

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“Este parece exatamente o cenário para o qual a opção de pausa foi pensada quando o grupo de produtores anunciou o plano de aumento gradual em julho”, disse Helima Croft, estrategista-chefe de commodities da RBC Capital Markets.

Os futuros do petróleo acumulam queda de 18% em Nova York em relação à máxima de sete anos atingida no fim de outubro, quando a recuperação da demanda global por petróleo após as restrições da pandemia aumentava a preocupação sobre o perigo inflacionário decorrente dos maiores custos dos combustíveis.

Superávit iminente

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Pesquisa interna da Organização dos Países Exportadores de Petróleo sugere que os mercados mundiais serão inundados com um superávit de 3 milhões de barris por dia durante o primeiro trimestre de 2022. O excedente pode chegar a 4,8 milhões de barris por dia em um cenário mais pessimista para a demanda.

Com a deterioração das perspectivas, 18 entre 25 operadores, analistas e corretores na pesquisa global da Bloomberg News preveem que a Opep+ vai adiar o aumento da produção. Isso certamente se encaixaria na visão do ministro de Energia da Arábia Saudita, Príncipe Abdulaziz bin Salman, que tem optado pela cautela para o plano de reposição da produção interrompida.

“Conclusão: espero que a Opep+ defenda vigorosamente o equilíbrio da oferta que tem trabalhado arduamente para restaurar desde o ano passado”, disse Vandana Hari, fundadora da Vanda Insights, em Singapura.

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