Futuros de Wall Street têm alta apesar de Powell e temor com pandemia

O S&P 500 despencou quase 2% na terça e as medidas de volatilidade das ações saltaram com a perspectiva de uma política monetária mais restritiva

Futuros de Wall Street sinalizam recuperação nesta quarta
Por Andreea Papuc
30 de Novembro, 2021 | 11:06 PM

Bloomberg — Os mercados de ações asiáticos iniciaram os negócios nesta quarta em leve alta com investidores avaliando os comentários do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, de que as autoridades deveriam considerar uma remoção mais rápida dos estímulos monetários em meio à alta inflação.

As ações subiam no Japão, na Coreia do Sul e em Hong Kong, mas recuavam na Austráliana manhã desta quarta. Já os futuros de ações dos EUA sustentam os ganhos. O S&P 500 despencou quase 2% durante a terça e as medidas de volatilidade das ações saltaram com a perspectiva de uma política monetária mais restritiva.

A diferença entre os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA de 5 e 30 anos diminuíram ao menor patamar desde março do ano passado.

Powell disse que deve discutir, na próxima reunião do Fed, a possibilidade de encerrar a compra de títulos alguns meses antes antes do previsto e retirou a palavra “transitória” para descrever a alta da inflação. Isso poderia abrir espaço para aumentos mais cedo nas taxas de juros. Os mercados monetários sugerem alta de mais de 60 pontos base nos juros no final de 2022.

PUBLICIDADE

A redução do apoio à política monetária e os riscos ainda incertos de reabertura global da nova variante do vírus sustentaram a volatilidade dos mercados. A mudança na curva de rendimento pode ser considerada um exemplo de desafio econômico futuro.

O achatamento da curva “não sugere uma desgraça iminente para o mercado de ações em si”, disse Liz Ann Sonders, estrategista-chefe de investimentos da Charles Schwab & Co., à Bloomberg Television. Ela acrescentou que “o alarme dispara em termos de recessão” quando a curva se aproxima da inversão e recomendou também o monitoramento dos spreads de títulos corporativos de qualidade inferior para avaliar o sentimento.

A questão perene sobre o teto da dívida do governo dos EUA também está de volta ao radar. Os rendimentos elevados de alguns títulos do Tesouro com vencimento no final de dezembro estão sugerindo preocupação de que os EUA ficarão sem capacidade de financiamento antes do final deste ano.

PUBLICIDADE

Na Ásia, o aperto regulatório de Pequim às empresas privadas e os temores de contágio da incorporadora China Evergrande Group seguem preocupando. A crise da dívida do Grupo Evergrande já estava agitando os mercados antes que a variante mais recente do vírus e as preocupações com a política monetária surgissem.

Alguns eventos importantes para assistir esta semana:

  • PMI de manufatura da China Caixin, quarta-feira;
  • PMI de manufatura da zona do euro, quarta-feira;
  • Gastos com construção nos EUA, ISM da manufatura, Livro Bege do Fed, quarta-feira;
  • países aliados da Opep podem reavaliar planos para retomar o abastecimento de petróleo, quinta-feira
  • pedidos iniciais de seguro-desemprego nos EUA, quinta-feira;
  • Relatório de emprego nos EUA, encomendas de fábricas e bens duráveis na sexta-feira

Alguns dos principais movimentos nos mercados:

Bolsas

  • Os futuros do S&P 500 subiam 0,4% pouco antes das 11h em Tóquio (23h em Brasília); na terça o S&P 500 caiu 1,9%;
  • Os futuros do Nasdaq 100 subiam 0,6%. O Nasdaq 100 caiu 1,6%;
  • O índice Topix, do Japão, subia 0,2%;
  • O índice S&P/ASX 200 da Austrália caia 0,7%;
  • O índice Hang Seng, de Hong Kong, subia 1%;
  • Índice Kospi, de Seul, subia 1%;

Moedas

  • O iene japonês estava em 113,17 por dólar;
  • O yuan offshore estava em 6,3644 por dólar;
  • O Bloomberg Dollar Spot Index subia 0,1%;
  • O euro estava em US$ 1,1328;

Títulos

  • O rendimento dos títulos do Tesouro de 10 anos subia quatro pontos-base para 1,49%;
  • O rendimento dos títulos de 10 anos da Austrália subia cinco pontos-base para 1,74%;

Commodities

  • O petróleo bruto West Texas Intermediate subia 1,6%, para US$ 67,26 o barril;
  • O ouro estava em US$ 1.776,15 a onça

(atualizado às 23h05 com abertura dos mercados na China e cotações mais recentes)

Veja mais em Bloomberg.com