Bloomberg — Os mercados asiáticos iniciaram os negócios desta quinta feira com perdas após o maior salto da inflação em três décadas ter derrubado as ações em Wall Street e impulsionado um salto nos rendimentos da renda fixa e do dólar.
As ações tinham leve alta no Japão, mas recuavam na Coreia do Sul e na Austrália. Os futuros de ações de Hong Kong apontam baixa na abertura dos negócios. Por outro lado, os futuros de ações americanas são negociados com leve alta na manhã desta quinta-feira.
A evidência de pressões crescentes sobre os preços antecipou as expectativas de aumentos dos juros. Os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA dispararam ao longo da curva, com o rendimento dos Treasuries de 10 anos subindo mais de 10 pontos base. Um leilão de papéis de 30 anos mal sucedido aumentou a pressão sobre as taxas mais longas.
O dólar atingiu a maior cotação em um ano e as moedas atreladas a commodities recuaram pelo mundo. O ouro, tradicional opção de hedge contra inflação, subiu enquanto o Bitcoin avançou para um novo recorde histórico antes de cair novamente. O petróleo despencou, em parte devido a um aumento surpreendente nos estoques dos EUA.
Preços em alta
O argumento de que as pressões de preços são temporárias devido a distorções relacionadas à pandemia segue questionado. Os analistas discutem a perspectiva de que o Federal Reserve tenha de aumentar as taxas assim que concluir a redução gradual das compras de títulos até meados do próximo ano. Uma perspectiva mais hawkish representa um risco para as ações globais, que permanecem perto de níveis recordes.
“Este é o momento perfeito para gravitar em direção a opções defensivas, realizar lucro e estar nos setores estrategicamente posicionados em relação a este mercado volátil que apresenta muitos desafios”, disse Katerina Simonetti, vice-presidente sênior do Morgan Stanley Private Wealth Management, à Bloomberg Television.
As expectativas para inflação embutidas do mercado de títulos dos EUA aumentaram. A chamada taxa de equilíbrio de cinco anos avançou saltou para um recorde acima de 3%. A secretária do Tesouro, Janet Yellen, reiterou na terça-feira sua opinião de que a inflação elevada não persistirá além do ano que vem e disse que o Fed não permitirá uma repetição dos aumentos de preços ao estilo dos anos 1970.
As preocupações com a desaceleração na China também continuam abalando os investidores. A receita trimestral da Tencent Holdings Ltd. aumentou pelo ritmo mais lento desde 2004, em meio ao aperto regulatório que durou um ano no país contra o setor de tecnologia. Enquanto isso, o China Evergrande Group parece determinado a evitar o calote depois de pagar os juros vencidos sobre três títulos em dólares americanos.
O que acompanhar nos próximos dias:
- O comitê central do Partido Comunista da China se reúne até quinta-feira
- o mercado de renda fixa segue fechado em observância do Dia dos Veteranos, quinta-feira
- A China realiza anualmente o Dia dos Solteiros, o maior festival de compras do mundo, quando gigantes do comércio eletrônico como Alibaba e JD.com Inc. atraem compradores com pechinchas na quinta-feira
Ações
- Futuros do S&P 500 subiam 0,2% perto das 10h em Tóquio (22h da terça em Brasília)
- Futuros do Nasdaq 100 tinham alta de 0,3%; na quarta, o Nasdaq 100 caiu 1,4%;
- Índice Topix, de Tóquio, subia 0,1%;
- Índice Kospi, de Seul, recuava 0,6%;
- S&P/ASX 200 da Austrália caíam 0,6%;
- Os futuros do índice Hang Seng caíam 0,8%;
Moedas
- O iene japonês estava em 113,95 por dólar
- O yuan offshore estava em 6,3997 por dólar
- O índice Bloomberg Dollar Spot operava estável
- O euro estava em US$ 1,1487
Renda fixa
- O rendimento dos títulos do Tesouro de 10 anos avançou 11 pontos-base para 1,55%
- O rendimento dos títulos de 10 anos da Austrália saltou 11 pontos-base para 1,84%
Commodities
- O petróleo bruto West Texas Intermediate subia 0,3%, para US$ 81,61 o barril
- O ouro estava em US$ 1.851,34 a onça
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