Assessores de Merkel pedem que BCE normalize política monetária

Grupo projeta inflação média de 3,1% em 2021 e de 2,6% em 2022 na maior economia da área do euro

euro
Por Catherine Bosley
10 de Novembro, 2021 | 09:25 AM

Bloomberg — O conselho de assessores econômicos da Alemanha pediu que o Banco Central Europeu encontre uma estratégia para normalizar a política monetária ultraexpansiva diante dos crescentes riscos da inflação.

O grupo projeta inflação média de 3,1% em 2021 e de 2,6% em 2022 na maior economia da área do euro, e alertou que os persistentes gargalos na cadeia de suprimentos e o aumento dos preços dos combustíveis podem transformar fatores temporários em índices de inflação mais altos e duradouros.

“Há riscos de alta para o cenário de inflação nos próximos anos”, disseram os assessores em relatório publicado na quarta-feira. O BCE “deveria comunicar uma estratégia de normalização em breve”, com métricas quantitativas para reverter a política ultrafrouxa.

Conselho de assessores econômicos da Alemanha vê pressão de preços na maior economia da Europadfd

A recomendação chega em meio a complexas negociações de coalizão em Berlim para substituir a chanceler Angela Merkel e quando a inflação do país se aproxima de 5%.

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O tabloide Bild publicou mais uma vez artigos criticando a política monetária ultrafrouxa do BCE, e o Bundesbank busca um novo líder após a decisão de Jens Weidmann de deixar o cargo.

Os assessores de Merkel sugeriram que o BCE poderia considerar a publicação de algo como o gráfico de pontos, o chamado “dot plot”, do Federal Reserve, uma representação gráfica das projeções das autoridades monetárias para a taxa básica de juros.

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Embora os gastos públicos tenham sido justificados durante a crise, os assessores argumentam que as medidas de apoio à pandemia devem ser desfeitas em algum momento e que a relação dívida/PIB precisa ser reduzida.

O grupo prevê que a economia alemã atingirá o nível de produção pré-crise no decorrer do primeiro trimestre de 2022. A previsão é de que o crescimento se acelere para 4,6% em 2022 depois da expansão prevista de 2,7% em 2021.

“Os crescentes riscos da inflação e dependência cada vez maior das finanças públicas de taxas de juros baixas em alguns estados membros podem se tornar um dilema para a política monetária”, disseram, acrescentando que uma reação tardia ou indiferente da política monetária pode ser “perigosa” para a economia.

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