Emprego nos EUA acelera em outubro e taxa de desemprego recua, segundo Payroll

Registro veio acima da leitura do último mês, com 513 mil empregos novos, mas ainda abaixo do nível pré-pandemia

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Bloomberg Línea — Os Estados Unidos registraram nesta sexta-feira (5) uma aceleração dos empregos ante o último mês, conforme dados do Payroll de outubro, e um recuo na taxa de desemprego, ilustrando um impulso adicional para o mercado de trabalho ainda às voltas com os desafios de contratação.

O Payroll avançou para 513.000 no mês passado, depois de um aumento revisado para cima de 312.000 em setembro, conforme o Departamento do Trabalho americano divulgou hoje. A taxa de desemprego ficou em 4,6%.

  • A mediana das estimativas de uma pesquisa da Bloomberg com economistas apontava para um ganho de 450.000 na folha de pagamento e para uma taxa de desemprego de 4,7%.
  • O dólar manteve os ganhos após os dados, enquanto o rendimento da nota do Tesouro de 10 anos ficou próximo à estabilidade. Os futuros dos índices americanos subiram.

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Esta semana, o banco central americano decidiu manter a taxa de juros e iniciar a redução das compras de ativos a partir do fim do mês. Na decisão, o Fomc, o comitê de política monetária, voltou a dizer que está empenhado em utilizar todas as suas ferramentas para dar o suporte necessário à economia, além de promover o máximo emprego e buscar a estabilidade de preços. O Comitê também ressaltou novamente que a inflação alta reflete majoritariamente fatores vistos como transitórios.

O ritmo mais rápido de contratação mostra que mais americanos voltaram aos locais de trabalho à medida que os casos da Covid-19 diminuíram e os empregadores oferecem salários mais altos. Parte do crescimento da folha de pagamento também pode ter ocorrido depois que cerca de 7,5 milhões de pessoas perderam os benefícios federais expandidos de desemprego em 6 de setembro.

  • Os ganhos da folha de pagamento no mês passado foram liderados por um aumento de 164.000 em lazer e hospitalidade
  • Serviços profissionais e comerciais, transporte e armazenamento e manufatura também registraram aumentos significativos. As folhas de pagamento do governo caíram.

O rendimento médio por hora trabalhada subiu 4,9% em outubro em relação ao ano anterior, o maior desde fevereiro. O aumento ressalta a capacidade do trabalhador de exigir salários mais altos em meio a uma contínua escassez de mão de obra.

Salários mais altos podem significar que mais empresas aumentam os preços para proteger as margens, à medida que os custos de mão-de-obra, materiais e transporte aumentam, alimentando a inflação.

O ganho de outubro deixa as folhas de pagamento 4,2 milhões abaixo do nível pré-pandemia. O ritmo de contratações nos próximos meses corre o risco de ser restringido por novos surtos da Covid. Dados recentes mostram aumento de hospitalizações em 13 estados, o que pode sinalizar outra onda de vírus. As folhas de pagamento de assistência médica aumentaram em outubro deste ano, lideradas por assistência médica domiciliar e enfermagem.

--Com informações da Bloomberg News

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