Startup de beleza levanta capital para aproveitar boom na Índia

Empresa oferece 50 mil produtos de mais de mil marcas, incluindo itens de marca própria

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Bloomberg — A Purplle, varejista de e-commerce de produtos de beleza apoiada pelo Goldman Sachs Group, está levantando fundos em valuation de US$ 630 milhões, e sua rival Nykaa está executando sua oferta pública inicial.

A Kedaara Capital liderou a nova rodada de financiamento de US$ 75 milhões, disse a Purplle na sexta-feira (29) em comunicado. A startup usará os recursos para impulsionar a inovação em produtos de beleza e deseja multiplicar sua receita nos próximos anos. Os já investidores Sequoia Capital e Blume Ventures participaram da rodada.

A Purplle concorre com a Nykaa, empresa maior que busca valuation de US$ 7,4 bilhões em sua IPO, atualmente em andamento. O setor de e-commerce da Índia está na crista da onda desde o início da pandemia, com varejistas de nichos crescendo rapidamente e atendendo aos consumidores jovens do país que fazem compras on-line. A categoria de beleza e bem-estar é particularmente mal atendida por varejistas tradicionais, abrindo caminho para que startups como a Purplle vigorem.

Com razão social “Manash Lifestyle Private”, a Purplle foi criada em 2012 por Manish Taneja, Rahul Dash e Suyash Katyayani, três engenheiros do Instituto Indiano de Tecnologia. A empresa cresceu seu valor bruto de mercadoria em 90% ao ano nos últimos três anos e possui sete milhões de usuários ativos mensais.

A startup oferece 50 mil produtos de beleza, ferramentas de maquiagem e acessórios de mais de mil marcas em seu site e aplicativo. “Os investidores são atraídos pelo grande tamanho do mercado, altas margens brutas e alta reincidência de compras que caracterizam o varejo de beleza on-line”, disse Taneja, cofundador e CEO, em entrevista.

A startup do ex-banqueiro de investimento tem como alvo donas de casa de classe média de cidades menores como Mangalore, Kanpur e Coimbatore conscientes dos preços e que e vivem de maneira semelhante àquela que o próprio Taneja viveu nos arredores de Delhi.

“Visamos os consumidores de classe média da Índia”, disse ele. “Queremos ser a Robinhood do mercado de beleza da Índia”. Assim como a Nykaa, a startup também vende produtos de marca própria. Os consumidores indianos estão cada vez mais adotando marcas mais novas e com preços baixos, muitas das quais promovem produtos sem aditivos químicos. O mercado está se aquecendo com a nova concorrência de empresas como a MyGlamm, apoiada pela Amazon.com.

Nove em cada 10 jornadas de consumidores de beleza na Índia incluem algum ponto de contato digital, segundo pesquisa realizada pelo Google, pela WPP e pela Kantar no ano passado. O estudo também mostrou que a maioria dos clientes não era fiel a nenhuma marca específica e preferia produtos com informações facilmente identificáveis, sendo atraída por opções personalizadas.


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