Minério acompanha queda de commodities sob impacto de restrições

Futuros em Singapura chegaram a cair mais de 8% em meio às expectativas de que a campanha do governo de Pequim para cortar emissões

Futuros em Dalian fecharam em queda de 3,3%
Por Annie Lee
28 de Outubro, 2021 | 08:23 AM

Bloomberg — O minério de ferro ampliou as perdas com as restrições à produção de aço da China que esfriam a demanda e com o menor apetite por risco no mercado de commodities, depois que o país intensificou medidas para aliviar a crise de energia.

Os futuros em Singapura chegaram a cair mais de 8% em meio às expectativas de que a campanha do governo de Pequim para cortar emissões, reduzir a poluição e diminuir o consumo de energia vai pressionar a produção de aço. Autoridades em Tangshan, o polo siderúrgico da China, anunciaram limites de produção para algumas usinas na quarta-feira com o objetivo reduzir as emissões, segundo a consultoria Mysteel, citando um documento do governo local, que não retornou ligações da Bloomberg News.

Os preços do minério de ferro sentem o impacto das restrições ao aço na China no segundo semestre. O volume produzido mostra queda este mês, depois de atingirem o menor nível desde 2017 em setembro. Os mercados de commodities operavam com perdas na quinta-feira em reação aos planos da agência de planejamento do chinesa de impor novos limites aos preços do carvão para aliviar a crise de energia, que afeta o crescimento e a oferta de metais, embora os futuros do carvão tenham reduzido parte das perdas.

Veja mais: Expectativa de menor produção de aço na China pressiona minério

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“A forte queda de hoje foi puxada principalmente pelo clima pessimista e de aversão ao risco devido às perdas no mercado de carvão, embora as restrições à produção de Tangshan ontem também tenham piorado as perspectivas para a demanda”, disse Lu Ting, analista da Shanghai Metals Market. O minério de ferro pode continuar a enfrentar pressão de baixa até que haja mais clareza sobre o nível de produção no acumulado no ano em novembro, disse.

Do lado da demanda, a redução dos investimentos em infraestrutura e mercado imobiliário desde o terceiro trimestre pesa sobre o consumo de materiais de construção, incluindo aço, escreveu a Huatai Futures em relatório. E os problemas financeiros da China Evergrande geram dúvidas sobre a saúde do setor imobiliário do país, um dos principais consumidores de aço.

Em Singapura, o minério de ferro chegou a cair 8,7%, cotado a US$ 107,40 a tonelada, e era negociado a US$ 113,60 às 15h19 no horário local. Os futuros em Dalian fecharam em baixa de 3,3%. Vergalhão e bobina laminada a quente reverteram as perdas do início da sessão e encerraram em alta em Xangai.

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