Mercados voltam os holofotes a investidas de bancos centrais

Investidores estão atentos à divulgação de medidas das autoridades monetárias para controlar a inflação sem frear o crescimento econômico; no dia de reunião do BCE, bolsas europeias operam voláteis, enquanto futuros de índices sobem em NY

analistas acompanham decisões em série de bancos centrais, além de balanços corporativos
28 de Outubro, 2021 | 07:07 AM

Barcelona, Espanha — As investidas de política monetária para o controle da inflação voltam à cena com pompa e circunstância. Hoje, o mercado dirige sua atenção sobretudo às reuniões dos bancos centrais da Europa e do Japão, além de assimilar as decisões das autoridades monetárias do Canadá e do Brasil, que tomaram medidas mais enérgicas ante uma ameaça inflacionária.

Nos primeiros negócios desta manhã, as bolsas da Europa exibiam alguma volatilidade, oscilando entre o positivo e o negativo. Os futuros de índice em Nova York subiam.

Um retrato dos principais mercados esta manhãdfd

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Sob os holofotes

Os bancos centrais hoje são protagonistas.

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  • Nesta manhã, foi anunciado que o Banco do Japão (BOJ) resolveu manter suas taxas de juros e seu plano de recompra de títulos. Ao mesmo tempo, sinalizou que a economia japonesa deve demorar mais para se recuperar, um reflexo da onda de Covid-19 durante o verão, e diminuiu suas projeções para as exportações e produção.
  • No Brasil, ontem o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu por unanimidade acelerar o ritmo do aperto monetário e levou a Selic para 7,75%, maior patamar em quatro anos, diante da persistência da inflação e da deterioração do cenário fiscal depois que o governo admitiu romper o teto de gastos. Foi a maior alta desde 2002 e o sexto aumento seguido da taxa básica de referência brasileira desde março deste ano, quando os juros foram elevados de 2% para 2,75%. Em meio a inflação alta, a autoridade monetária sinalizou outro aumento da mesma magnitude para a próxima reunião.
  • No Canadá, o banco central manteve os juros, mas encerrou o seu programa de estímulo económico via compra de bônus. O país também considera antecipar futuras subidas de juros, no caso de os gargalos de abastecimento continuarem a pressionar a inflação.
  • Estas notícias se somarão à – grande – expectativa do mercado com relação às decisões de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), que se encontra hoje. Esta manhã, o IPC preliminar da Espanha em outubro ficou pior do que o esperado (+,5,5% frente ao ano anterior, contra projeções de 4,5%). Outros dados inflacionários europeus estão para sair. Será que o BCE manterá o discurso de que a pressão inflacionária é algo transitória?

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Outras variáveis

  • O mercado financeiro está dando especial atenção ao rendimento dos bônus. Ontem, a curva de rendimento destes papéis se achatou na maioria dos mercados desenvolvidos, influenciada pela inflação e a consequente a reação dos bancos centrais para combater os preços elevados, além de menores projeções de crescimento econômico.
  • Os balanços de empresas ainda estão na lista de prioridades e devem sustentar o ânimo dos investidores.

No radar

Esta é a agenda de hoje:

  • No Brasil: IGP-M de outubro (8h de Brasília); Resultados: Petrobras, Vale, Ambev, Suzano, Lojas Renner, Alpargatas, Assaí, CTEEP, Embraer, Grendene, Odontoprev, Gol, Fleury e Cia. Hering
  • No exterior: Decisão da taxa de juros do BCE (8h45 de Brasília), Coletiva de Imprensa do BCE (9h30), Decisão da taxa de juros do Japão (11h44); nos Estados Unidos: dados de seguro-desemprego e PIB trimestral (9h30).
  • Balanços: Apple, Amazon, Mastercard, Comcast, Merck, Royal Dutch Shell, Linde, Volkswagen, Starbucks, Sanofi, Caterpillar, Lloyds Banking Group, Samsung

Para amanhã, os destaques são:

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  • Reunião conjunta de ministros de finanças e saúde do G-20 antes da cúpula dos líderes no fim de semana, sexta-feira (29)
  • Produção industrial preliminar de setembro e PIB preliminar do terceiro trimestre na zona do euro, Alemanha, França e Itália, sexta-feira (29)
  • IPC preliminar de outubro da zona do euro, sexta-feira (29)

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-- Com informações de Bloomberg News

Michelly Teixeira

Jornalista com mais de 20 anos como editora e repórter. Em seus 13 anos de Espanha, trabalhou na Radio Nacional de España/RNE e colaborou com a agência REDD Intelligence. No Brasil, passou pelas redações do Valor, Agência Estado e Gazeta Mercantil. Tem um MBA em Finanças, é pós-graduada em Marketing e fez um mestrado em Digital Business na ESADE.