Ibovespa busca recuperação após recuos da semana passada

Enquanto as Bolsas americanas têm manhã amena, com expectativas por balanços das big techs, o mercado brasileiro já se prepara para a decisão do Copom na quarta-feira (27)

Mercados americanos aguardam balanços das principais empresas de tecnologia do país
25 de Outubro, 2021 | 11:08 AM

São Paulo — Os principais papéis do Ibovespa operam em altas consistentes no início da sessão desta segunda-feira (25), com investidores buscando recuperar os recuos da semana passada e aproveitando as barganhas, ainda que as preocupações fiscais permaneçam no radar. O mercado já realiza ajustes mirando na decisão do Copom da próxima quarta-feira (27),

Nos Estados Unidos, o Dow Jones ronda a estabilidade, após renovar recorde na sexta-feira, e o Nasdaq tem tendência de alta, com investidores aguardando os balanços das big techs Facebook, Alphabet, Microsoft, Amazon e Apple, agendados para o longo desta semana.

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  • Perto das 10h50, o Ibovespa subia 1,12%, a 107.491 pontos
  • O dólar operava em queda de 0,65%, a R$ 5,61, enquanto a curva de juros avança. O DI para janeiro próximo subia de 8,148% para 8,324%. O vencimento para janeiro de 2027 avançava de 11,810% para 11,900%
  • Nos EUA, o Nasdaq subia 0,26%, o Dow Jones oscilava, com alta de 0,08%, e o S&P 500 avançava 0,11%

Contexto

Os principais bancos já apostam que o Banco Central terá que tomar uma decisão mais dura na reunião do Comitê de Política Monetária desta semana. Taxas mais altas serão necessárias para compensar a pressão inflacionária criada pela promessa do presidente Jair Bolsonaro de aumentar os auxílios, apesar dos avisos de que o governo não pode arcar com isso. Para pagar pela nova ajuda, o governo terá de buscar uma mudança na regra do teto de gastos que é vista pelos investidores como uma das últimas âncoras de estabilidade fiscal para o país.

Lá fora, as ações globais permaneceram resilientes, apesar dos riscos de pressões de preço alimentadas por gargalos na cadeia de suprimentos e custos mais altos de energia. A secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, está entre os que defendem que a situação da inflação é temporária e diminuirá no segundo semestre de 2022. Os investidores estão preocupados com o fato de que uma política monetária mais rígida para manter a inflação sob controle aumentará a volatilidade.

“As preocupações com a inflação continuarão a dominar os mercados este ano, já que o preço do petróleo continua elevado”, enquanto “a pandemia continua sendo uma preocupação central”, disse Siobhan Redford, analista do FirstRand Bank em Joanesburgo. “Isso aumentará a complexidade das já difíceis decisões que os formuladores de políticas enfrentam em todo o mundo”.

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Traders também estão monitorando um surto da delta na China, que deve piorar. O país procurou dissipar as preocupações sobre a desaceleração da economia com um longo comentário na mídia estatal descrevendo como o governo está gerenciando os riscos e continua confiante em atingir suas metas para o ano.

-- Com informações de Bloomberg News

Kariny Leal

Jornalista carioca, formada pela UFRJ, especializada em cobertura econômica e em tempo real, com passagens pela Bloomberg News e Forbes Brasil. Kariny cobre o mercado financeiro e a economia brasileira para a Bloomberg Línea.