São Paulo — Os principais papéis do Ibovespa operam em altas consistentes no início da sessão desta segunda-feira (25), com investidores buscando recuperar os recuos da semana passada e aproveitando as barganhas, ainda que as preocupações fiscais permaneçam no radar. O mercado já realiza ajustes mirando na decisão do Copom da próxima quarta-feira (27),
Nos Estados Unidos, o Dow Jones ronda a estabilidade, após renovar recorde na sexta-feira, e o Nasdaq tem tendência de alta, com investidores aguardando os balanços das big techs Facebook, Alphabet, Microsoft, Amazon e Apple, agendados para o longo desta semana.
- Perto das 10h50, o Ibovespa subia 1,12%, a 107.491 pontos
- Petrobras (PETR4 e PETR3), Vale (VALE3) e bancos eram as maiores contribuições para a alta do índice
- No fim de semana, o presidente Jair Bolsonaro disse que o governo não vai interferir em qualquer movimento da estatal petrolífera para aumentar os preços dos combustíveis nos próximos dias, devido a preços globais mais elevados e moeda local enfraquecida
- O dólar operava em queda de 0,65%, a R$ 5,61, enquanto a curva de juros avança. O DI para janeiro próximo subia de 8,148% para 8,324%. O vencimento para janeiro de 2027 avançava de 11,810% para 11,900%
- Nos EUA, o Nasdaq subia 0,26%, o Dow Jones oscilava, com alta de 0,08%, e o S&P 500 avançava 0,11%
Contexto
Os principais bancos já apostam que o Banco Central terá que tomar uma decisão mais dura na reunião do Comitê de Política Monetária desta semana. Taxas mais altas serão necessárias para compensar a pressão inflacionária criada pela promessa do presidente Jair Bolsonaro de aumentar os auxílios, apesar dos avisos de que o governo não pode arcar com isso. Para pagar pela nova ajuda, o governo terá de buscar uma mudança na regra do teto de gastos que é vista pelos investidores como uma das últimas âncoras de estabilidade fiscal para o país.
Lá fora, as ações globais permaneceram resilientes, apesar dos riscos de pressões de preço alimentadas por gargalos na cadeia de suprimentos e custos mais altos de energia. A secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, está entre os que defendem que a situação da inflação é temporária e diminuirá no segundo semestre de 2022. Os investidores estão preocupados com o fato de que uma política monetária mais rígida para manter a inflação sob controle aumentará a volatilidade.
“As preocupações com a inflação continuarão a dominar os mercados este ano, já que o preço do petróleo continua elevado”, enquanto “a pandemia continua sendo uma preocupação central”, disse Siobhan Redford, analista do FirstRand Bank em Joanesburgo. “Isso aumentará a complexidade das já difíceis decisões que os formuladores de políticas enfrentam em todo o mundo”.
Traders também estão monitorando um surto da delta na China, que deve piorar. O país procurou dissipar as preocupações sobre a desaceleração da economia com um longo comentário na mídia estatal descrevendo como o governo está gerenciando os riscos e continua confiante em atingir suas metas para o ano.
-- Com informações de Bloomberg News