Pacto climático de corte de metano entre EUA e a UE ganha mais 24 signatários

Com a inclusão do Canadá, França, Alemanha e outros, as nações que apoiam o compromisso agora representam cerca de 30% das emissões globais de metano e 60% da economia global

Trata-se de um dos gases de efeito estufa mais poderosos, com um impacto mais de 80 vezes maior que o dióxido de carbono no aquecimento de curto prazo
Por John Ainger - Jennifer Dlouhy
11 de Outubro, 2021 | 02:23 PM

Bloomberg — Mais 24 países aderiram a um pacto global para reduzir as emissões de metano, anunciaram os Estados Unidos e a União Europeia nesta segunda-feira (11), enquanto os líderes mundiais buscam ganhar força contra o potente gás de efeito estufa antes das discussões de caráter crítico, que ocorrerão na Escócia.

Com a inclusão do Canadá, França, Alemanha e outros, as nações que apoiam o compromisso agora representam cerca de 30% das emissões globais de metano e 60% da economia global. Os países no acordo estão se comprometendo a apoiar uma meta coletiva de redução das bases de metano de, pelo menos, 30% dos níveis de 2020 até o final da década. Nove dos 20 principais países emissores de metano em todo o mundo agora aderiram ao pacto, informou o Departamento de Estado dos EUA.

O movimento de adesão para acordos climáticos internacionais está crescendo antes do encontro global, que será em 31 de outubro em Glasgow, na Escócia. A UE, os EUA e sete outros países - incluindo Reino Unido, Itália e México - já assinaram o compromisso global de metano, que está para ser anunciado formalmente na cúpula. Cumprir a meta de redução das emissões de metano prevista no pacto poderia reduzir o aquecimento global em pelo menos 0,2° C até meados deste século.

Paralelamente a estas medidas, 20 grupos filantrópicos anunciaram que vão dedicar mais de US$ 200 milhões aos esforços de redução de metano, em apoio ao pacto.

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Esse movimento surge em meio a advertências cada vez mais urgentes de que cortar o metano é essencial para limitar o aumento da temperatura no curto prazo.

O metano é responsável por mais de um quarto do aquecimento global que afeta o planeta, as autoridades e entidades filantrópicas estão agindo com base na ciência e respondendo à urgência do movimento”, disse Mark Brownstein, vice-presidente sênior de energia do Fundo de Defesa Ambiental .

O metano é um dos gases de efeito estufa mais poderosos, com um impacto mais de 80 vezes maior que o dióxido de carbono no aquecimento de curto prazo. Mas também é um problema relativamente barato e fácil de resolver. A ONU descobriu que até 80% das medidas para conter vazamentos de petróleo e gás podem ser implementadas sem nenhum custo.

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É uma “demonstração inegável de que as medidas importantes e urgentes para combater uma crise climática ganharam impulso”, disse Sarah Smith, diretora do Programa de Superpoluentes da Força-Tarefa Ar Limpo. “Os apoiadores do pacto estão priorizando o metano na agenda da COP26, onde ele deve estar, e todos os países do mundo devem seguir essa liderança e aderir ao pacto imediatamente.”

As tecnologias para detectar metano têm avançado nos últimos anos, com câmeras de imagem que permitem que o gás invisível seja detectado em torno das infraestruturas de combustíveis fósseis em todo o mundo. Recentemente, várias nuvens grandes de metano foram vistas por satélites perto de gasodutos no Irã. Usando uma câmera infravermelha, a Força-Tarefa Ar Limpo documentou a constante e implacável propagação do gás pela Romênia.

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