Conselho do FMI decide futuro de diretora-gerente

Grupo com 24 diretores teve reunião ontem (10) com escritório de advocacia que alega supostas práticas irregulares quando Georgieva atuava no Banco Mundial, segundo fonte

Conselho executivo do FMI debate hoje sobre o futuro da diretora-gerente, Kristalina Georgieva
Por Eric Martin
11 de Outubro, 2021 | 08:19 AM

Bloomberg — O conselho executivo do Fundo Monetário Internacional planeja deliberar nesta segunda-feira (11) sobre o destino de Kristalina Georgieva, após reunião no domingo com a diretora-gerente e o escritório de advocacia que alega supostas práticas irregulares quando Georgieva atuava no Banco Mundial, segundo uma pessoa a par das negociações.

O conselho, com 24 diretores que representam os 190 países membros do Fundo, busca concluir sua revisão enquanto o FMI e o Banco Mundial iniciam reuniões anuais - quando ministros das Finanças e bancos centrais do mundo todo se encontram em Washington a partir de segunda-feira, com dezenas de eventos planejados.

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A reunião do conselho com o escritório de advocacia WilmerHale durou várias horas na tarde de domingo (10), disse a pessoa sob condição de anonimato.

“O conselho fez progressos significativos hoje em sua avaliação, com o objetivo de concluir muito em breve sua consideração sobre o assunto”, disse o porta-voz do FMI, Gerry Rice, em comunicado no domingo, confirmando que o conselho se reuniu com a empresa e com Georgieva.

Uma autoridade do Ministério das Finanças francês disse que a revisão do escritório de advocacia não forneceu detalhes sobre elementos precisos para questionar a conduta de Georgieva diretamente, razão pela qual a França a apoiou.

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O representante disse que a França deseja que uma decisão sobre o futuro da diretora-gerente do FMI seja tomada em breve.

O conselho também se reuniu com a WilmerHale e Georgieva na semana passada. Os membros avaliam uma auditoria realizada pelo escritório de advocacia a pedido do Banco Mundial, com base em uma revisão de 80 mil documentos e mais de 30 entrevistas. A investigação acusa Georgieva de pressionar a equipe a manipular dados da China no relatório anual “Doing Business” com o objetivo de beneficiar o país asiático, quando ela comandava a instituição. Georgieva, que assumiu o comando do FMI em 2019, nega qualquer irregularidade.

Na semana passada, funcionários do Departamento do Tesouro debatiam se os EUA, o maior acionista do FMI, deveriam pedir a renúncia de Georgieva, segundo informações da Bloomberg na quarta-feira, citando pessoas a par da situação.

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