São Paulo — Em meio à falta de insumos para a agricultura no Brasil, a Syngenta, multinacional de sementes e defensivos controlada pela chinesa ChemChina, colocou à venda sua unidade instalada em Itápolis, no interior de São Paulo.
O complexo industrial de 488 mil metros quadrados, utilizado para o desenvolvimento de mudas inclui uma biofábrica, com capacidade para produzir 15 milhões de mudas por ano, prédios administrativos, galpões, uma área in-vitro de 700 metros quadrados e outras construções de apoio.
A biofábrica, utilizada para a produção de mudas de cana-de-açúcar, foi inaugurada em 2012, com investimento de US$ 100 milhões para ter capacidade de produzir 3,6 milhões de mudas. À época, o potencial de receita anunciado do negócio foi de US$ 500 milhões.
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A unidade foi colocada à venda em uma plataforma on-line de leilões do grupo Superbid, com pedido inicial da empresa no remate foi de R$ 21 milhões. A expectativa é que a unidade possa ser utilizada para produção de mudas de cana-de-açúcar, café, flores, batata e banana ou mesmo para outras finalidades, considerando a estrutura industrial já instalada.
Além da fábrica de Itápolis, a Syngenta possui outra em Paulínia, também no interior de São Paulo. Além disso, a empresa tem seis estações experimentais, instaladas em Uberlândia (MG), Cascavel (PR), Rio Verde (GO), Holambra (SP), Aracati (CE) e Lucas do Rio Verde (MT). Possui ainda três unidades de beneficiamento de sementes, em Ituiutaba (MG), Matão (SP) e Formosa (GO).
Procurada, a empresa informou que não poderia comentar o assunto por estar em período de silêncio. A Syngenta está em processo de abertura de capital na bolsa de Xangai, onde pretende levantar US$ 10 bilhões em sua oferta pública de ações, ainda neste ano, quando venderá 20% de seu capital.
A ChemChina comprou a Syngenta em 2017 por US$ 43 bilhões. Após a aquisição, o grupo chinês fez uma reorganização de suas operações, colocando sob a Syngenta Group outros negócios sob seu controle. Ficaram no novo grupo as operações de defensivos da israelense Adama e as operações de sementes e fertilizantes da SinoChem.
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