Bloomberg — Diplomatas de alguns dos países mais ricos do mundo se reuniram com ministros da África do Sul para discutir um acordo climático que poderia destinar quase US$ 5 bilhões para eliminar a dependência do país do carvão.
Esse financiamento seria composto principalmente por empréstimos, juntamente com algumas subvenções, segundo uma pessoa a par das discussões, que pediu para não ser identificada.
A delegação tenta chegar a um acordo que possa ser anunciado nas negociações climáticas da COP26, que começam em Glasgow, Escócia, em 31 de outubro. As conversas com a África do Sul - o 12º maior emissor mundial de gases de efeito estufa - incluem representantes dos Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, França e da União Europeia. A delegação foi chefiada pelo enviado do Reino Unido à COP26, John Murton.
“Precisamos de certeza e previsibilidade do ‘quantum’ de financiamento disponível para acelerar esta transição”, disse o departamento do Meio Ambiente da África do Sul em comunicado na quarta-feira. “Precisamos de um acordo irrevogável que possamos assinar na COP26, onde nossos compromissos, como todas as partes, sejam claros.”
A África do Sul está sob pressão para reduzir sua dependência do carvão - que responde por mais de 80% da geração de energia do país -, mas precisa de financiamento para facilitar a transição para uma energia mais limpa. Países desenvolvidos também podem precisar abordar os desafios enfrentados pela estatal de energia da África do Sul, que tem dívidas de 400 bilhões de rands (US$ 27 bilhões).
Sindicatos
Os diplomatas se reuniram na terça-feira com ministros sul-africanos como Pravin Gordhan, ministro de Empresas Públicas, cujo portfólio inclui a supervisão da concessionária de energia Eskom Holdings SOC, Barbara Creecy, ministra do Meio Ambiente, Ebrahim Patel, ministro do Comércio e Indústria, e David Masondo, vice-ministro das Finanças, segundo comunicado do governo. Nenhum representante do departamento de Energia foi listado como participante.
Na quarta-feira, houve negociações com sindicatos politicamente poderosos, líderes empresariais e com a Comissão Presidencial de Coordenação sobre Mudança Climática da África do Sul, disseram três pessoas a par das reuniões.
Essas conversas abrangeram a necessidade de apoio às comunidades dependentes do carvão e o uso do gás como combustível de transição enquanto a indústria de energia renovável do país se expande, disse uma das pessoas. A fabricação de veículos elétricos e a criação de um setor de exportação de hidrogênio verde também foram discutidas, de acordo com o departamento do Meio Ambiente.
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