Remédio da Merck pode reduzir hospitalizações e mortes por Covid pela metade

Conforme o CEO da farmacêutica, Rob Davis, a companhia planeja buscar autorização de uso emergencial da FDA, reguladora de medicamento dos EUA, o mais rápido possível

“Você não precisa ir ao hospital, não precisa ir a um centro para fazer a infusão. É uma pílula que você pode tomar em casa"
Por Emma Court
01 de Outubro, 2021 | 10:46 AM

Bloomberg — Um comprimido antiviral contra Covid-19 da farmacêutica Merck, o molnupiravir, reduziu o risco de hospitalização ou morte em 50% em uma análise provisória de um ensaio em estágio final, descobertas que poderiam dar aos médicos outra ferramenta potente de combate a vírus.

A gigante do setor, em parceria com a Ridgeback Biotherapeutics, está interrompendo o estudo e planeja buscar uma autorização de uso emergencial da Food and Drug Administration, reguladora de medicamento dos Estados Unidos, o mais rápido possível, disse o CEO da Merck, Rob Davis, em uma entrevista. A Merck também planeja enviar pedidos aos reguladores de outros países.

“Não poderíamos estar mais entusiasmados com os resultados”, disse Davis. “Você não precisa ir ao hospital, não precisa ir a um centro para fazer a infusão. É uma pílula que você pode tomar em casa.”

As ações da Merck saltaram 4,9% nas negociações antes da abertura dos mercados em Nova York.

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O molnupiravir destina-se ao uso em pacientes não hospitalizados com Covid-19 que tiveram sintomas por cinco dias ou menos e estão em risco de infecção grave. As empresas detalharam a análise do estudo em um comunicado nesta sexta-feira (1).

Esperava-se que o ensaio clínico fosse concluído em novembro. A decisão de interromper a pesquisa foi tomada por recomendação de um comitê independente e em colaboração com o FDA, disse Davis.

Se autorizado, o molnupiravir pode se tornar uma nova ferramenta importante para o tratamento da Covid-19. Embora medicamentos conhecidos como anticorpos monoclonais estejam disponíveis para evitar infecções mais graves, eles podem ser difíceis de administrar, e a demanda por eles aumentou durante o recente aumento nos casos de vírus alimentados pela variante delta.

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Adicionar molnupiravir daria aos médicos uma opção muito mais simples para tratar pacientes infectados, o que poderia impedi-los de encher hospitais com problemas. A ascensão da Delta tem tributado os sistemas de saúde em todo o país, especialmente em áreas onde as taxas de vacinação são inferiores à média.

Análise Planejada

As descobertas surgiram de uma análise previamente planejada de 775 pacientes que estavam no ensaio clínico desde pelo menos o início de agosto.

Cerca de 7% dos pacientes que tomaram molnupiravir foram hospitalizados ou morreram, contra 14% daqueles que tomaram placebo. Nenhum dos que tomaram molnupiravir morreu, em comparação com oito mortes entre o grupo do placebo.

O ensaio tinha planejado inscrever 1.550 participantes, e cerca de 90% já haviam se inscrito. Os pacientes que estavam tomando placebo terão a oportunidade de iniciar o tratamento com molnupiravir, disse Davis.

A Merck disse no comunicado que espera produzir 10 milhões de cursos de tratamento até o final do ano, com mais previstos para 2022.

No início desta semana, a Merck apresentou outros dados de pesquisas em estágio inicial mostrando que o molnupiravir parece inibir várias variantes principais do coronavírus, incluindo a cepa delta altamente contagiosa.

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