Morada Uno, startup Mexicana de proptech da YC, levanta US$ 2 milhões

Empresa visa acelerar o processo de locação ao subscrever locatários, eliminando, assim, a necessidade de fiador

Cofundadores da Morada Uno: Diego Llano, Inés Gamboa, Santiago Morales
Por Marcella McCarthy (Brasil)
01 de Setembro, 2021 | 08:00 AM

Miami — A Morada Uno, startup mexicana que subscreve locatários e garante o pagamento a locadores, anunciou hoje seu primeiro investimento: uma rodada de capital semente (seed) de US$ 2 milhões liderada pela Global Founders Capital com participação da Picus Capital, Next Billion Ventures, Clocktower Ventures e investidores-anjo selecionados.

No México, para alugar uma casa ou apartamento, o locatário precisa de um fiador que tenha um imóvel sem dívidas, mas, como ainda é difícil conseguir uma casa própria no país, possíveis locatários ficam sem opções quando se trata de encontrar um fiador. Na verdade, a Morada Uno “estima que 50% das pessoas não têm acesso a um fiador”.

Essa abordagem “surgiu no século passado, quando não havia um órgão de proteção ao crédito. Estamos no século XXI e há muitos dados a serem analisados para subscrever as pessoas”, disse Diego Llano, cofundador e CFO da Morada Uno.

“Vamos trazer a capacidade de pontuação de crédito para o setor imobiliário”, disse ele. A empresa, que fazia parte do lote YC Winter 2021, modelou seus negócios com base em uma parte das operações da Quinto Andar, o unicórnio brasileiro de proptech.

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A empresa foca corretores no que chamam de “abordagem do corretor primeiro” para que usem seu aplicativo para fechar mais vendas mais rapidamente. Mas para obter lucro, a Morada Uno cobra 6% do valor do aluguel anual do locador e do locatário (percentual geralmente dividido igualmente, disse Llano).

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A empresa disse que o tempo médio de fechamento de um negócio no México era tradicionalmente de 10 dias, mas com o uso de suas ferramentas os corretores conseguem fechar negócio em apenas um dia.

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O valor médio de locação de um apartamento no Morada Uno é de cerca de US$ 800, “então, se um locador conseguir alugar seu apartamento 10 dias antes, a taxa de serviço [a ser cobrada do locador] se paga”, disse Llano.

Histórico

Os fundadores Diego Llano, Santiago Morales e Inés Gamboa se conheceram enquanto trabalhavam na Loft, startup digital de imóveis brasileira que se tornou um unicórnio no início deste ano e que atualmente está avaliada em US$ 2,2 bilhões.

Os três foram originalmente contratados para liderar a expansão da startup para o México, mas quando a pandemia foi declarada, o CEO cancelou a operação, deixando Llano e os outros em espera na Loft ou disponíveis para novas oportunidades. Foi quando decidiram entrar para o mercado imobiliário sozinhos.

Eles já trabalhavam juntos há seis meses e descobriram que se davam bem.

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“Tínhamos a equipe e a validação dessa equipe, muita experiência e conhecimento específico do mercado, conhecíamos o negócio, e nós três compartilhamos uma ambição muito autêntica de lançar um negócio no México”, disse Llano.

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O trio percebeu que o mercado de proptech no México já tinha empresas de sucesso, como a La Haus e a Truehome. Em toda a América Latina, o modelo do marketplace para imóveis também havia sido utilizado pela Loft, do Brasil, e pela Houm, do Chile.

Era necessário fazer algo diferente, e foi então que identificaram a principal lacuna no mercado de locações. Llano e Morales foram facilmente persuadidos, mas Gamboa não queria se arriscar. No final, ela também foi persuadida. A empresa foi fundada em outubro de 2020 e lançada em janeiro de 2021.

“A pandemia abriu o caminho e nós seguimos”, disse Llano.

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Marcella McCarthy

Marcella McCarthy (Brasil)

Jornalista americana/brasileira especializada em tech e startups com mestrado em jornalismo pela Medill School na Northwestern University. Cobriu America Latina, Healthtech e Miami para o TechCrunch e foi fundadora e CEO de um startup Americano na área de EdTech. Baseada em Miami.