EUA enviarão 2 milhões de doses de vacina contra Covid para África do Sul

País já doou 100 milhões de doses, mas havia se comprometido a doar mais de 600 milhões

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Bloomberg — Os Estados Unidos enviarão 2,2 milhões de doses da vacina contra o coronavírus para a África do Sul em apoio a um dos países que liderou a pressão para aliviar as restrições sobre a produção global e diminuir a lacuna entre países ricos e em desenvolvimento.

As 2,2 milhões de doses da vacina da Pfizer-BioNTech serão enviadas por meio da iniciativa de compartilhamento de vacinas Covax e chegarão neste sábado, segundo uma autoridade familiarizada com a situação, que preferiu não ser identificada. Os EUA doaram quase 8 milhões de doses para a África do Sul e 25 milhões para outros países do continente, segundo essa autoridade.

Os EUA se comprometeram a doar mais de 600 milhões de doses globalmente até junho de 2022 após acumular quase toda a sua produção nacional para uso interno. Esse número inclui uma promessa, feita pela primeira vez pelo presidente Joe Biden na cúpula do G7, de doar 500 milhões de doses da Pfizer-BioNTech para a União Africana e para 92 países de baixa e média renda.

Os EUA já doaram mais de 100 milhões de vacinas globalmente, e Biden prometeu se tornar um “arsenal” de vacinas para o mundo. Para efeito de comparação, os EUA administraram cerca de 365 milhões de inoculações internamente e estão planejando distribuir até 100 milhões de doses de reforço até o final do ano, sujeito à aprovação dos órgãos reguladores de saúde.

Os EUA já haviam anunciado um financiamento para impulsionar a produção na África do Sul. O Banco Mundial e três agências governamentais ocidentais, incluindo a U.S. International Development Finance Corp., anunciaram em junho um pacote de financiamento para a produção da vacina da Johnson & Johnson na África do Sul como parte de um esforço para aumentar a produção global e atender à demanda por bilhões de doses.

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A doação também é um gesto implícito a um país que liderou a pressão para tentar diminuir as restrições à produção de vacinas. Países como os EUA, com ampla produção de vacinas, se beneficiaram do status quo, acelerando os esforços de inoculação enquanto outros países lutavam pelo abastecimento.

A África do Sul, juntamente com a Índia, também propôs uma dispensa dos aspectos comerciais dos direitos de propriedade intelectual consagrados em um acordo da Organização Mundial do Comércio de 1995 conhecido como Trips, em um esforço para aumentar a produção de vacinas em todo o mundo. Os EUA expressaram apoio às negociações para uma dispensa parcial, decisão que a Alemanha e outros países se opõem.

Os oponentes da dispensa argumentam que as regras aplicáveis de propriedade intelectual alimentam avanços e desenvolvimentos, como as vacinas contra o coronavírus. As regras da OMC exigem um consenso, que ainda parece distante, pelo menos em um futuro próximo.

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