SEC reforça prazo para deslistagem de ações chinesas de NY

Presidente da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA, Gary Gensler, alertou empresas de que devem aceitar inspeções americanas

Presidente da SEC alertou companhias chinesas sobre possíveis inspeções
Por Robert Schmidt e Ben Bain
25 de Agosto, 2021 | 12:28 PM

Bloomberg — O presidente da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA, Gary Gensler, fez um alerta a centenas de empresas chinesas que levantaram bilhões de dólares nos mercados dos EUA: aceitem inspeções em breve ou serão deslistadas.

Em uma entrevista na terça-feira, o comandante da SEC, como é conhecida a comissão, prometeu cumprir rigorosamente o prazo de três anos para que as companhias chinesas permitam fiscalização de suas auditorias financeiras. Quem se recusar pode ter suas ações retiradas da Bolsa de Valores de Nova York e da Nasdaq já em 2024.

“A trajetória é clara”, disse Gensler. “O prazo está correndo.”

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Essa postura contundente aparentemente acaba com a esperança em Wall Street de que Gensler demoraria para implementar esse mandato do Congresso e daria a Pequim mais tempo para alinhar um acordo com autoridades reguladoras em Washington, permitindo a continuidade da bonança obtida com a venda de ações chinesas. Essas transações têm sido bastante lucrativas para bancos, bolsas de valores e gestoras de ativos dos EUA.

Gensler explicou como planeja lidar com diversas questões complexas de proteção ao investidor envolvendo a China. O conflito vem se formando há quase duas décadas, mas veio à tona nos últimos meses, após o governo chinês aplicar restrições a companhias chinesas de destaque nas bolsas dos EUA, derrubando suas ações e abalando investidores.

No mês passado, a situação levou a SEC a suspender ofertas públicas iniciais (IPOs, na sigla em inglês) de empresas sediadas na China até que detalhassem mais claramente as potenciais ameaças aos futuros acionistas. Na terça-feira, Gensler avisou que espera o mesmo nível de transparência de todas as empresas chinesas que vendem ações nos EUA, incluindo as já listadas em Nova York.

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Os investidores precisam de “revelação completa e justa” das informações, disse Gensler, acrescentando que a SEC está especialmente interessada em “riscos regulatórios, os vários riscos políticos” que as companhias na China podem enfrentar.

A SEC foi envolvida no conflito no ano passado, quando o Congresso americano aprovou legislação exigindo que a comissão eliminasse brechas pelas quais as empresas chinesas impedem o acesso de inspetores dos EUA a documentos internos. Mais de 50 países permitem a revisão de auditorias. A China recusou, citando leis de confidencialidade e segurança nacional.

Atualmente 281 empresas chinesas estão listadas nos EUA.

O tumulto causado pela IPO da Didi Global em julho também colocou a SEC em situação delicada, por autorizar operações que podem rapidamente se transformar em investimentos desastrosos, especialmente para investidores sem conhecimento sofisticado. Gensler se negou a comentar sobre empresas específicas.

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