Fed deveria fixar limite para estímulos, diz diretor do JPMorgan

Simpósio de Jackson Hole é “um bom momento para o Fed afirmar sua independência, traçar uma linha na areia e dizer que eles estão acabando com essas coisas agora”, afirma diretor do banco

Wall Street assistirá ao simpósio de Jackson Hole em busca de pistas sobre a linha do tempo do Fed para reduzir a política monetária ultra-acomodatícia
Por Kamaron Leach
25 de Agosto, 2021 | 04:25 PM

Bloomberg — No simpósio de Jackson Hole, que acontecerá na quinta e sexta-feira, os membros do Federal Reserve devem sinalizar um fim para as políticas de emergência postas em prática para ajudar na recuperação da pandemia e que agora estão essencialmente garantindo os planos de gastos do governo, de acordo com Bob Michele.

“Já passamos bem da crise”, disse Michele, diretor de investimentos do JPMorgan Investment Management, nesta quarta-feira (25), no programa Surveillance, da Bloomberg TV. Com os parlamentares em Washington avançando com uma proposta de orçamento de US$ 3,5 trilhões e uma conta separada de infraestrutura de US$ 550 bilhões, há “um risco moral aí, onde você está olhando para o Fed subscrevendo várias políticas governamentais”, disse ele.

O simpósio de Jackson Hole é “um bom momento para o Fed afirmar sua independência, traçar uma linha na areia e dizer que eles estão acabando com essas coisas agora”, disse Michele.

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Wall Street estará assistindo ao evento anual de Jackson Hole - que acontece de forma virtual este ano - em busca de pistas sobre a linha do tempo do Fed para reduzir a política monetária ultra-acomodatícia, que incluiu compras de ativos e taxas de juros próximas a zero e ajudou a sustentar os mercados.

“Se este tivesse sido um ciclo normal, digamos, voltando atrás 20 a 40 anos, talvez até 15 ou mais, neste ponto do ciclo eu esperaria que a taxa dos Fed funds fosse de 2%, em torno de um rendimento real zero, e que a taxa do Treasury de 10 anos estivesse em torno de 3%, cerca de 1% de rendimento real”, disse Michele. “O fato de não estarmos lá mostra a quantidade de distorção que os bancos centrais estão criando”.

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