São Paulo — Em 2009, a JBS comprou cerca de 65% das ações da americana Pilgrim’s Pride por US$ 2,8 bilhões. Mais de uma década depois, o grupo brasileiro pretende agora adquirir o restante das ações ainda negociadas na Nasdaq para fechar o capital da empresa e torná-la uma subsidiária integral.
Ontem a noite, o conselho de administração da JBS aprovou o envio de uma carta à Pilgrim’s, com a proposta de pagar US$ 26,50 por ação. Contudo, a proposta está condicionada basicamente a dois fatores.
O primeiro é que o negócio seja aprovado por um comitê especial formado por membros independentes e desinteressados do conselho de administração da Pilgrim’s. Esse, deverá ser assessorado por consultores jurídicos e financeiros independentes. No caso financeiro, o Barclays já foi escolhido e com a área jurídica ficou o Cravath, Swaine & Moore.
A primeira condição visa reduzir ao máximo os conflitos de interesse que possam ser levantados pelo mercado. Afinal, o presidente do conselho da Pilgrim’s é Gilberto Tomazoni, CEO global da JBS, que controla a Pilgrim’s. Além dele, têm assento no conselho da processadora de frango André Nogueira, CEO da JBS USA, Joanita Karoleski, ex-presidente da Seara e atual presidente do Fundo JBS da Amazônia, e Vincent Trius, chefe global de inovação da JBS.
A segunda condição para que a proposta esteja válida é que ela seja aprovada pela maioria dos titulares com direito a voto atrelados às ações em circulação, que não sejam detidas pela JBS ou suas subsidiárias. Na prática, a maioria dos detentores dos 19,79% das ações em circulação precisam dizer sim à proposta.
Caso seja aprovada, a aquisição do restante das as ações da Pilgrim’s será feita por uma das subsidiárias americanas da JBS.