Smart Fit amarga maior prejuízo no 1º semestre com fechamento de academias por Covid-19

Companhia inicia segundo semestre retomando atividades das unidades pelo Brasil e América do Sul e aproveitando os recursos levantados pelo IPO para expansão

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São Paulo — O setor fitness foi obrigado a suar muito desde o início da pandemia de Covid-19 para aliviar as pressões de caixa enquanto a base de clientes se confinava em casa. A Smart Fit, player brasileiro do segmento com forte atuação na América Latina, divulgou seu resultado financeiro e comprovou o sufoco desse mercado: a rede de academias de ginástica conseguiu reduzir em 36% o prejuízo do segundo trimestre, que somou R$ 161,2 milhões, ante R$ 252,8 milhões em igual período do ano passado.

No primeiro semestre, o prejuízo acumulado, no entanto, cresceu 30%, atingindo R$ 305,9 milhões, enquanto era R$ 235,9 milhões nos seis primeiros meses de 2020.

“A 2ª onda de Covid-19 impactou novamente nossas operações. O México, primeiro país impactado, teve fechamento das unidades a partir de dezembro de 2020, sendo que ao final de janeiro de 2021 tinha cerca de 75% das suas academias fechadas. O Brasil foi impactado com fechamentos a partir de março de 2021, chegando a 65% das academias fechadas ao final deste mês. Nossas academias no Chile e Peru estiveram fechadas ao longo da maior parte do primeiro semestre, permanecendo praticamente sem operação desde o início da pandemia”, comentou a companhia ao divulgar seu balanço.

Houve, no entanto, um destaque positivo nas operações da Smart Fit. Na Colômbia, a rede de cademias, após a reabertura em setembro de 2020, conseguiu manter mais de 90% das unidades abertas. “Encerramos o segundo trimestre deste ano com 96% de nossas academias abertas, comparado à 57% no primeiro trimestre”, citou a empresa.

Fechamentos

A companhia também comentou a situação de suas operações no Brasil entre janeiro e junho. “Os fechamentos de academia ocorridos em 2020 tiveram caráter nacional, enquanto os fechamentos em 2021, relacionados à 2ª onda de Covid-19,tiveram caráter mais regional com menor duração. Mesmo assim, no primeiro semestre, nossas academias próprias permaneceram fechadas na média 21% dos dias. Por exemplo, cidades como São Paulo, Belo Horizonte, Salvador, Cidade do México e Lima aplicaram restrições ao funcionamento de academias por aproximadamente 50 dias”, detalhou.

Apesar das dificuldades criadas pela crise sanitária, a Smart Fit não ficou parada e considerou que o segundo trimestre foi marcado pela aceleração no ritmo de inaugurações de academias.

“Neste trimestre, adicionamos 53 unidades, a segunda maior expansão trimestral de nossa rede. No primeiro semestre deste ano, foram adicionadas 81 academias, versus 74 inauguradas ao longo de 2020.Desta forma, encerramos o segundo trimestre com 981 academias, 15% superior ao segundo trimestre de 2020”, informou.

Crescimento

A rede de academias foi a primeira a abrir capital na B3, após concluir um IPO em julho. A Bluefit, sua concorrente, já pediu registro, neste mês, para lançar sua oferta inicial de ações e também estrear na Bolsa.

“A aceleração do crescimento a partir do início de 2021, se comparado a 2020, foi ocasionada pela visão estratégica de longo prazo combinado às alternativas construídas para financiar nosso projeto de expansão sem desembolso de caixa no curto prazo, como por exemplo a captação de recursos de terceiros por meio da joint venture SmartExp, e a aquisição da Just Fit sem necessidade de desembolso de caixa no curto prazo”, disse a Smart Fit.

A receita líquida da empresa totalizou R$ 343,2 milhões (segundo trimestre) e R$ 715 milhões (primeiro semestre), um crescimento de 410% e 7%, respectivamente, na comparação anual.