Smart Fit amarga maior prejuízo no 1º semestre com fechamento de academias por Covid-19

Companhia inicia segundo semestre retomando atividades das unidades pelo Brasil e América do Sul e aproveitando os recursos levantados pelo IPO para expansão

Smart Fit concluiu IPO no dia 14 de julho. Com os recursos, vai financiar seu plano de crescimento. Após sua estreia na Bolsa, a Bluefit pediu registro de oferta inicial de ações
12 de Agosto, 2021 | 09:36 AM

São Paulo — O setor fitness foi obrigado a suar muito desde o início da pandemia de Covid-19 para aliviar as pressões de caixa enquanto a base de clientes se confinava em casa. A Smart Fit, player brasileiro do segmento com forte atuação na América Latina, divulgou seu resultado financeiro e comprovou o sufoco desse mercado: a rede de academias de ginástica conseguiu reduzir em 36% o prejuízo do segundo trimestre, que somou R$ 161,2 milhões, ante R$ 252,8 milhões em igual período do ano passado.

No primeiro semestre, o prejuízo acumulado, no entanto, cresceu 30%, atingindo R$ 305,9 milhões, enquanto era R$ 235,9 milhões nos seis primeiros meses de 2020.

“A 2ª onda de Covid-19 impactou novamente nossas operações. O México, primeiro país impactado, teve fechamento das unidades a partir de dezembro de 2020, sendo que ao final de janeiro de 2021 tinha cerca de 75% das suas academias fechadas. O Brasil foi impactado com fechamentos a partir de março de 2021, chegando a 65% das academias fechadas ao final deste mês. Nossas academias no Chile e Peru estiveram fechadas ao longo da maior parte do primeiro semestre, permanecendo praticamente sem operação desde o início da pandemia”, comentou a companhia ao divulgar seu balanço.

Houve, no entanto, um destaque positivo nas operações da Smart Fit. Na Colômbia, a rede de cademias, após a reabertura em setembro de 2020, conseguiu manter mais de 90% das unidades abertas. “Encerramos o segundo trimestre deste ano com 96% de nossas academias abertas, comparado à 57% no primeiro trimestre”, citou a empresa.

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Fechamentos

A companhia também comentou a situação de suas operações no Brasil entre janeiro e junho. “Os fechamentos de academia ocorridos em 2020 tiveram caráter nacional, enquanto os fechamentos em 2021, relacionados à 2ª onda de Covid-19,tiveram caráter mais regional com menor duração. Mesmo assim, no primeiro semestre, nossas academias próprias permaneceram fechadas na média 21% dos dias. Por exemplo, cidades como São Paulo, Belo Horizonte, Salvador, Cidade do México e Lima aplicaram restrições ao funcionamento de academias por aproximadamente 50 dias”, detalhou.

Apesar das dificuldades criadas pela crise sanitária, a Smart Fit não ficou parada e considerou que o segundo trimestre foi marcado pela aceleração no ritmo de inaugurações de academias.

“Neste trimestre, adicionamos 53 unidades, a segunda maior expansão trimestral de nossa rede. No primeiro semestre deste ano, foram adicionadas 81 academias, versus 74 inauguradas ao longo de 2020.Desta forma, encerramos o segundo trimestre com 981 academias, 15% superior ao segundo trimestre de 2020”, informou.

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Crescimento

A rede de academias foi a primeira a abrir capital na B3, após concluir um IPO em julho. A Bluefit, sua concorrente, já pediu registro, neste mês, para lançar sua oferta inicial de ações e também estrear na Bolsa.

“A aceleração do crescimento a partir do início de 2021, se comparado a 2020, foi ocasionada pela visão estratégica de longo prazo combinado às alternativas construídas para financiar nosso projeto de expansão sem desembolso de caixa no curto prazo, como por exemplo a captação de recursos de terceiros por meio da joint venture SmartExp, e a aquisição da Just Fit sem necessidade de desembolso de caixa no curto prazo”, disse a Smart Fit.

A receita líquida da empresa totalizou R$ 343,2 milhões (segundo trimestre) e R$ 715 milhões (primeiro semestre), um crescimento de 410% e 7%, respectivamente, na comparação anual.

Sérgio Ripardo

Jornalista brasileiro com mais de 25 anos de experiência, com passagem por sites de alcance nacional como Folha e R7, cobrindo indicadores econômicos, mercado financeiro e companhias abertas.