Bloomberg — A Cineworld avalia uma listagem nos Estados Unidos para atrair investidores no maior mercado da operadora de cinemas, enquanto tenta se recuperar do abalo causado pela pandemia de coronavírus.
A Cineworld, que é negociada em Londres, obtém a maior parte dos lucros nos EUA desde que adquiriu a Regal Entertainment em 2018. As restrições relacionadas à Covid-19 fizeram estragos no setor, fechando centenas de salas de cinema e atrasando lançamentos de filmes de maior bilheteria.
Os cinemas também são ameaçados por estúdios que evitam a telona para enviar alguns títulos de grande orçamento diretamente para as plataformas de streaming.
Tudo isso não impediu que os papéis da AMC Entertainment, rival da Cineworld, disparassem no último ano depois de se converter na chamada ação meme no Reddit e em outras plataformas. Investidores de varejo dos EUA acumularam ações da AMC, elevando o preço dos papéis acima do valor fundamental atribuído por analistas.
A AMC agora tem valor de mercado de cerca de US$ 16 bilhões contra U$ 1,3 bilhão da Cineworld.
O conselho da Cineworld está “considerando opções para maximizar o valor dos acionistas agora e no futuro, acessando essa liquidez por meio de uma listagem da Cineworld ou de uma listagem parcial da Regal nos Estados Unidos”, disse a empresa no relatório do balanço do primeiro semestre divulgado na quinta-feira.
As possíveis listagem nos EUA da Cineworld ou da Regal são “apenas ideias” por enquanto, disse o CEO Mooky Greidinger à Bloomberg, minimizando a possibilidade de que poderia sair da Bolsa de Valores de Londres.
“Somos uma empresa do Reino Unido com listagem no Reino Unido”, disse em entrevista.
Greidinger destacou que a Cineworld desacelerou a queima de caixa e “estamos em um bom lugar”, com uma série de lançamentos de “blockbusters”, incluindo o adiado filme de James Bond “Sem Tempo para Morrer”, uma quarta parcela de “Matrix” e quatro títulos da Marvel em quatro meses.
A segunda maior rede de cinemas do mundo perdeu dinheiro durante a pandemia e precisa que o público volte em grande número para evitar violar acordos de dívidas. A Cineworld disse que deve ser capaz de operar dentro de suas atuais linhas de empréstimos por pelo menos um ano.
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