Lucro da São Martinho cresce 64,3% no 1º trimestre fiscal de 2022

Mesmo com queda no processamento de cana, menor produção de açúcar, etanol e energia, preços das commodities impulsionaram os resultados

Tempo seco reduziu a produtividade dos canaviais do Brasil e influenciou na produção de etanol e açúcar das usinas do país
09 de Agosto, 2021 | 08:14 PM

São Paulo — O grupo sucroenergético São Martinho reportou um lucro líquido de R$ 190,1 milhões no primeiro trimestre do ano fiscal de 2022, que corresponde ao ciclo de produção da cana-de-açúcar. O resultado representa um crescimento de 64,3% em comparação ao mesmo período do ano anterior, quando a companhia registrou um lucro de R$ 115,7 milhões.

A empresa obteve um faturamento de R$ 1,28 bilhão no período de abril a junho deste ano, receita que significa um aumento de 26,13%. O resultado antes de impostos cresceu 63,23%, passando de R$ 148,7 milhões no primeiro trimestre do ano anterior para os atuais R$ 242,7 milhões.

Os resultados foram influenciados por uma piora no resultado financeiro da empresa. No primeiro trimestre do atual ciclo, a São Martinho viu seu prejuízo financeiro crescer 77,7%, passando de R$ 72,8 milhões negativos para os atuais R$ 129,4 milhões, também negativos. Apesar de as receitas financeiras terem aumentado R$ 87,5 milhões em comparação ao mesmo trimestre do ano passado, as despesas financeiras cresceram R$ 144,1 milhões.

Produção

PUBLICIDADE

No primeiro trimestre do ciclo 2022, a São Martinho reduziu em 12,9% o total de cana-de-açúcar processada para 8,72 milhões de toneladas. Devido ao clima, a produtividade média da companhia caiu 15,2% para 75,2 toneladas por hectare. Porém, a média de ATR subiu 2,9% para 135 quilos por tonelada de cana processada.

Com isso, foram produzidas 545 mil toneladas de açúcar, volume que representa uma queda de 8,6% em comparação ao primeiro trimestre do ano passado. No caso do etanol, foram produzidos 358 mil metros cúbicos, volume 11,9% menor. A energia exportada para o sistema somou 303 MWh, um recuo de 11%.

Alexandre Inacio

Jornalista brasileiro, com mais de 20 anos de carreira, editor da Bloomberg Línea. Com passagens pela Gazeta Mercantil, Broadcast (Agência Estado) e Valor Econômico, também atuou como chefe de comunicação de multinacionais, órgãos públicos e como consultor de inteligência de mercado de commodities.