Mudanças climáticas são responsáveis por 37% das mortes ligadas ao calor, diz estudo

Países mais afetados estão no sul da Europa, com Espanha, Grécia e Itália sofrendo alguns dos maiores aumentos na mortalidade relacionada ao calor

Estudo mostra aumento de mortalidade ligado às altas temperaturas
Por Adam Majendie
30 de Junho, 2021 | 04:44 PM

(Bloomberg) Mais de uma em cada três mortes relacionadas ao calor em todo o mundo pode ser atribuída à mudanças climáticas antropogênicas, segundo artigo publicado na revista Nature Climate Change. Em análise de quase 30 milhões de mortes em 43 países, com dados de 1991 a 2018, o estudo constatou que, em média, 37% das mortes são resultado do aquecimento global causado pela humanidade, com a proporção aumentando para além de 75% em certas regiões.

“O aumento da mortalidade é evidente em todos os continentes”, afirma o artigo, que inclui contribuições de pelo menos 70 cientistas. “Os fardos variavam geograficamente, mas eram da ordem de dezenas a centenas de mortes por ano em diversos locais.”

O artigo mostra que o nível de aquecimento varia em diferentes lugares do globo, com alguns lugares registrando poucas mudanças desde os tempos pré-industriais, enquanto outros viram as temperaturas médias subirem bem mais de 1º C. Da mesma forma, o nível de mortalidade devido a temperaturas mais altas varia amplamente. Por exemplo, um dia de 31˚C (88 graus Fahrenheit) em Chicago - o 99º percentil da estação de calor - foi associado a um aumento de 36% em risco de mortalidade, de acordo com o estudo. Mas um dia de 28˚C em Berlim (o 99º percentil para aquela cidade) aumentou o risco em 57%.

Os resultados indicam que alguns dos países mais afetados estão no sul da Europa, com Espanha, Grécia e Itália sofrendo alguns dos maiores aumentos na mortalidade relacionada ao calor devido às mudanças climáticas. Outras regiões intensamente atingidas incluem Irã e Kuwait, Tailândia e Filipinas no sudeste asiático, e vários países da América Central e do Sul.

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