Unicórnio dos games, brasileira Wildlife corta 13% da equipe e muda CEO

Peter Hill, ex-Amazon, vai assumir o cargo de presidente-executivo no lugar do co-fundador Victor Lazarte, que passará ao cargo de presidente do conselho

A Wildlife ocupa dois andares no Corporate Park
14 de Junho, 2023 | 05:54 PM

Bloomberg Línea — O unicórnio de games brasileiro Wildlife Studios cortou 13% de sua equipe de funcionários - cerca de 143 pessoas, de acordo com dados do PitchBook - nesta quarta-feira (14), algo que chamou de “reestrutura organizacional”. Peter Hill, ex-Chief Product Officer da empresa, vai assumir o cargo de CEO no lugar de Victor Lazarte, que agora passará ao cargo de presidente do conselho.

O americano Peter Hill passou 18 anos na Amazon, em Seattle, onde foi vice-presidente de aplicativos de produtividade. Desde janeiro do ano passado, Hill exercia o cargo de CPO na startup de games para smartphones.

É o segundo corte da Wildlife, que já tinha feito sua primeira rodada de demissões em novembro passado, quando reduziu a equipe em 20% para enfrentar o cenário econômico desafiador para empresas de tecnologia devido aos altos juros, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto ouvidas pela Bloomberg Línea em condição de anonimato.

Na época, a empresa disse que estava suspendendo as iniciativas que não fossem focadas em mobile games para “aumentar o foco no que nos fez bem-sucedidos: desenvolvimento de jogos”.

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A Wildlife ocupa dois andares no Corporate Park em São Paulo, prédio no Itaim Bibi que também é sede para empresas como Ambev (ABEV3) e Movida (MOV3).

A empresa, fundada pelos irmãos Victor e Arthur Lazarte, foi uma das primeiras startups brasileiras a alcançar o chamado status de unicórnio, com avaliação igual ou superior a US$ 1 bilhão. Segundo dados do PitchBook, a Wildlife Studios já recebeu mais de US$ 250 milhões em investimentos externos.

A Upload Ventures comprou uma participação da desenvolvedora de jogos online para celular em uma negociação no mercado secundário do ano passado, segundo dados do PitchBook. Antes, a Wildlife já havia recebido US$ 120 milhões em uma Série B do Vulcan Capital em 2020, que teria avaliado a empresa em aproximadamente US$ 3 bilhões.

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Desde 2019, a empresa tem em seu conselho Peter Fenton, general partner da Benchmark, de São Francisco.

“Enquanto estamos focados em criar uma empresa menor e mais ágil, nossos investimentos em novos jogos permanecem inalterados”, disse a empresa, em comunicado à Bloomberg Línea nesta quarta.

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Isabela  Fleischmann

Jornalista brasileira especializada na cobertura de tecnologia, inovação e startups