Por que Netflix, YouTube e Spotify abriram mão de um app para o Apple Vision Pro

Headset de realidade mista executará dois tipos principais de aplicativos: novos softwares feitos especificamente para a interface ou aplicativos para iPad

Vision Pro
Por Mark Gurman
18 de Janeiro, 2024 | 04:39 PM

Bloomberg — A Netflix (NFLX) não planeja lançar um aplicativo para o próximo headset Vision Pro da Apple (AAPL), marcando um boicote de destaque da maior empresa de streaming de vídeo do mundo à nova tecnologia. Em vez de criar um aplicativo para o Vision Pro — ou até mesmo apenas oferecer suporte ao seu aplicativo existente para iPad na plataforma —, a Netflix está essencialmente abrindo mão do aparelho.

A empresa, que compete com a Apple em streaming, afirmou em um comunicado que os usuários interessados em assistir ao conteúdo no dispositivo podem fazê-lo pelo navegador da web.

Na sequência, o YouTube, que pertence ao Google, e o Spotify, os serviços de vídeo e música mais populares do mundo, anunciaram que também não terão apps para o headset de realidade mista da Apple.

É uma omissão significativa para o headset de US$ 3.499, que estreia no mercado em 2 de fevereiro. A Apple está apostando em conteúdo de entretenimento para ajudar a comercializar a tecnologia, ainda incipiente e cara, e a Netflix é um serviço de streaming essencial para muitos consumidores.

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A Netflix também oferece aplicativos para outros dispositivos da Apple, incluindo o iPhone e o iPad, embora não participe do Apple TV.

O Vision Pro executará dois tipos principais de aplicativos: novos softwares feitos especificamente para a interface do dispositivo ou aplicativos existentes para iPad. A Apple buscou facilitar a transferência dos aplicativos atuais para iPad dos desenvolvedores para a nova plataforma, visando acumular rapidamente uma ampla gama de softwares para o Vision Pro.

O fato de a Netflix não estar disposta a apoiar sequer a abordagem para o iPad sugere que está adotando uma postura de esperar para ver com o headset. Isso também é um pouco contraditório para a empresa, que afirmou em julho que apoiaria seu aplicativo para iPad no Vision Pro. Mesmo assim, a Netflix não planejava lançar software especificamente para o sistema operacional do headset, o visionOS.

“Nossos membros poderão desfrutar da Netflix no navegador da web no Vision Pro, de maneira semelhante à forma como nossos membros podem desfrutar da Netflix nos Macs”, disse a Netflix, com sede em Los Gatos, Califórnia, em comunicado. A Apple se recusou a comentar.

Ao contrário de sua estratégia para o Vision Pro, a Netflix desenvolveu um aplicativo para os headsets Quest da Meta, embora não tenha sido atualizado há anos.

A abordagem significa que será mais difícil para os usuários acessarem a Netflix no Vision Pro. Eles também não poderão baixar o conteúdo da Netflix para assistir offline, o que pode tornar mais difícil o uso em um avião.

A falta de um aplicativo também significa que os assinantes da Netflix não terão acesso a ambientes personalizados para streaming. Isso significa que a Netflix não pode criar cenários imersivos especializados para seus usuários assistirem a vídeos.

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Embora Netflix e Apple não concorram em hardware de TV, ambas estão atualmente disputando assinantes na indústria de streaming. A Apple é uma pequena participante nessa categoria, com menos de 10% do mercado dos Estados Unidos.

No entanto, ela tem acumulado prêmios no espaço, e as duas empresas competem por talento e acordos de produção. É plausível que a Netflix não queira ajudar a impulsionar um concorrente ao dar a ele um aplicativo-chave para seu lançamento iminente.

A Apple tem comercializado o Vision Pro como um dispositivo de entretenimento antes do início das pré-vendas nesta sexta-feira. A empresa sediada em Cupertino, Califórnia, afirmou no início desta semana que o headset terá muitas opções de entretenimento além de seu próprio serviço TV+. Isso inclui programação de Disney+, Max, Peacock, ESPN e Amazon Prime Video, entre outros.

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