Bloomberg Línea — Startup que desenvolveu um chatbot com uso de IA generativa, a WeClever cresceu nos últimos anos com a oferta da solução para empresas de diferentes setores.
“Nas conversas com os clientes, havia a preocupação inicial com o funcionamento do chatbot com IA, mas também éramos muito demandados para realizar a análise dos resultados”, disse Rodolfo Reis, CEO da WeClever, à Bloomberg Línea.
Segundo ele, essa análise era feita essencialmente de duas formas: com uso de tecnologia mas também com o uso do conhecimento adquirido em cima da leitura dos dados coletados nos primeiros anos de atendimento.
“O cliente queria saber por que determinado atendimento entregava performance, e por que outro não entregava. No fim, ele chegava até a WeClever por causa do chatbot com IA, mas permanecia conosco por causa dos insights que oferecíamos.”
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Dessa demanda veio a decisão, há pouco mais de um ano, de mudar o posicionamento da empresa e passar a direcionar o foco para a geração de insights sobre o que gera mais conversão e resultado no atendimento a clientes.
Neste ano, a virada de chave se deu de forma mais assertiva para o mercado, o que incluiu uma comunicação da WeClever para clientes já da base e novos.
“Hoje muitas empresas trabalham e oferecem a construção de conversas com uso de IA generativa e, mais recentemente, com uso de agentes de IA. Mas há menos empresas dedicadas a analisar essas informações”, disse Reis.
“Quem vai orquestrar esses novos batalhões de agentes de IA para que sejam mais assertivos eficientes?”, questionou sobre as oportunidades que enxerga.
Segundo ele, a WeClever consegue analisar jornadas determinadas de clientes - como chamadas ou mensagens para pedidos de cancelamento de consumidores - e apontar que tipo de resposta gera retenção ou perda para a empresa.
A mudança gerou impacto nos resultados. As receitas se estabilizaram, mas Reis disse que as perspectivas de médio e longo prazo são positivas diante do mercado endereçável mais amplo e da proposta de valor mais clara - os números financeiros não são divulgados.
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Com a ferramenta de IA conectada na plataforma do cliente via API, a startup consegue gerar informações praticamente em tempo real, afirmou.
“Na medida em que as jornadas de empresas com clientes estão migrando cada vez mais para o WhatsApp, acreditamos que essa inteligência se torna mais valiosa, porque ajuda a entender o que funciona de acordo com cada objetivo e, a partir daí, ajudamos a traçar um plano de ação”, disse Reis.
Uma consequência da mudança de posicionamento é que empresas com chatbot com IA, como um call center, que antes eram concorrentes, se tornaram eventuais parceiros, na medida em que a WeClever passou a atuar também como uma espécie de plataforma white label, de acordo com o empreendedor.
Como próximos passos neste segundo semestre, Reis disse que a WeClever vai abrir a plataforma para desenvolvedores externos, com o objetivo de angariar ajuda para buscar novos critérios para identificação de comportamentos. “A ideia é que possamos funcionar como um marketplace de critérios de qualidade.”
Os desenvolvedores serão remunerados por revenue share. A startup monetiza hoje por meio da cobrança por volume de dados analisados e por critérios analisados.
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