É hora de investir na Nvidia? Wall St faz avaliação otimista antes de resultados

Apesar de valor de mercado superior a US$ 4,4 bilhões, UBS e Morgan Stanley sugerem ampliar posições e atribuíram um preço-alvo para 12 meses de mais de US$ 200; ação está sendo negociada atualmente a pouco mais de US$ 180

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Bloomberg Línea — A Nvidia (NVDA), empresa mais valiosa do mundo, divulgará seus resultados do segundo trimestre do ano fiscal de 2026 nesta quarta-feira (27).

Apesar de sua capitalização de mercado superior a US$ 4,4 bilhões, analistas de Wall Street mantêm uma visão otimista sobre as ações, de acordo com relatórios recentes de banco de investimento como UBS e Morgan Stanley.

Ambos os bancos sugeriram a tomada de novas posições na Nvidia no período que antecede o balanço patrimonial e atribuíram um preço-alvo em 12 meses de mais de US$ 200 - ação é negociada atualmente a pouco mais de US$ 180.

Perspectiva favorável do Morgan Stanley

Analistas do Morgan Stanley (MS) argumentam que, embora a referência de curto prazo para a Nvidia seja mais alta, a perspectiva de 12 meses continua favorável em termos de demanda, oferta e concorrência.

A empresa mantém a recomendação de sobreponderação e eleva ligeiramente seu preço-alvo de US$ 200 para US$ 206, ao mesmo tempo em que aumentou em 4% sua projeção de lucro por ação para o exercício fiscal.

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O banco de investimento disse que a oferta será fundamental no relatório de lucros, mas a demanda liderará o caminho até 2026, onde todos os sinais são positivos.

O Morgan Stanley projeta receitas de US$ 46,6 bilhões para julho (em comparação com os US$ 45,2 bilhões anteriores) e US$ 52,5 bilhões para outubro (em comparação com os US$ 51,3 bilhões anteriores), com expectativa de impulso adicional em janeiro e 2026.

A empresa de Wall Street ressaltou que, embora os principais clientes continuem fortes, as nuvens de segundo nível e os clientes soberanos representam uma fonte de demanda subestimada.

O banco esclareceu que a participação da China nas receitas continua incerta. Com exportação ao país asiático originalmente bloqueada pelo Departamento de Comércio dos EUA, estimava-se um impacto negativo de US$ 8 bilhões em julho.

O Morgan Stanley acredita que esse efeito permanecerá fora de seus modelos até que haja maior certeza sobre o licenciamento e a demanda, embora reconheça que isso poderia representar um benefício adicional se resolvido.

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O banco observa que a Nvidia ganhou participação de mercado em relação à AMD e aos fabricantes de chips personalizados, e os gastos de grandes clientes, como o Google, devem crescer mais de três vezes este ano, em comparação com o crescimento modesto dos chips personalizados.

A empresa observa que, com investimentos em pesquisa e desenvolvimento superiores a US$ 15 bilhões anuais e foco em inteligência artificial, será cada vez mais difícil para os concorrentes igualarem o desempenho da Nvidia em tarefas gerais de computação.

Visão de crescimento do UBS

Um relatório do UBS prevê receitas próximas a US$ 46 bilhões, o que representaria mais um trimestre à frente da previsão e reforçaria a visão de crescimento sustentado do negócio de inteligência artificial.

O banco projeta que a empresa terá uma receita de cerca de US$ 54-55 bilhões no terceiro trimestre, ou até US$ 57 bilhões, se a contribuição da China for incluída. O principal impulsionador continuaria a ser o segmento de data center, que poderia atingir US$ 49 bilhões em outubro, graças a um aumento trimestral de 20% a 25% na capacidade de computação.

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Além de alguns gargalos na área de rede, o UBS destaca a força da demanda global e a resiliência das margens, que podem ficar em torno de 73,5% no trimestre, apesar do impacto da tarifa de 15% sobre os chips H20 vendidos para a China.

Com relação aos ganhos, o banco espera ganhos por ação de US$ 4,53 em 2026, acima do consenso do mercado, e melhorias sustentadas em 2027 e 2028. Com esse cenário, a holding suíça elevou seu preço-alvo para a Nvidia de US$ 175 para US$ 205.