Bloomberg — A OpenAI estuda, eventualmente, vender para outras empresas o acesso aos data centers e a infraestrutura física necessária para a inteligência artificial, o que poderia, potencialmente, criar uma nova linha de receita que ajudaria a compensar parte dos imensos custos da criadora do ChatGPT.
O serviço seria vagamente inspirado no sucesso da Amazon.com, que alugou sua capacidade ociosa de computação em nuvem para empresas, disse a CFO da OpenAI, Sarah Friar, em entrevista na quarta-feira.
A OpenAI não está “ativamente buscando” tal esforço hoje porque está focada em garantir capacidade de computação para suas próprias operações, afirmou. Mas “eu penso nisso como um negócio no futuro, com certeza”, disse Friar.
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Nos últimos anos, a OpenAI adquiriu expertise em como projetar e montar data centers para otimizar cargas de trabalho de IA. Agora, a empresa vê uma oportunidade de capitalizar esse know-how.
Ela também quer se envolver mais diretamente no processo, em vez de depender exclusivamente de fornecedores terceirizados.
“Se tudo o que fazemos é comprar de outros, estamos apenas entregando a eles nossa propriedade intelectual, porque eles estão aprendendo a construir infraestrutura de IA”, disse Friar.
A OpenAI já levantou dezenas de bilhões de dólares para pagar chips avançados e data centers para construir e operar serviços de IA de ponta.
A empresa também trabalha com o SoftBank e a Oracle em um projeto de infraestrutura chamado Stargate, com planos de erguer enormes data centers nos EUA e no exterior.
Mas mesmo isso pode ser pouco. O CEO Sam Altman disse a jornalistas este mês que as pessoas “devem esperar que a OpenAI gaste trilhões de dólares” na construção de data centers em um “futuro não muito distante”.
Altman disse que a OpenAI está trabalhando para “desenhar um tipo muito interessante de novo instrumento financeiro” para apoiar esse esforço, sem dar detalhes.
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Historicamente, a OpenAI contou com outros parceiros, incluindo a investidora Microsoft e a Oracle, para ajudar a financiar a construção de data centers. Agora, a empresa também vê bancos e firmas de private equity “chegando à mesa” com financiamentos via dívida para apoiar suas iniciativas de infraestrutura, disse Friar.
“Esse é o próximo caminho que estamos trilhando”, afirmou. A partir daí, acrescentou, a OpenAI está “tentando ser cuidadosa” sobre se existem “outras formas interessantes e inovadoras de fazer isso além da dívida”.
A OpenAI continua sendo uma empresa sem fins lucrativos, o que limita sua capacidade de financiar projetos de data centers sem capital externo.
No entanto, a companhia tem visto sua receita crescer rapidamente com a forte demanda de consumidores e empresas pelo ChatGPT.
A OpenAI gerou US$ 1 bilhão em receita em julho, marcando seu primeiro mês atingindo esse marco, disse Friar.
A empresa também está em conversas iniciais sobre uma possível venda de ações de atuais e ex-funcionários a uma avaliação de cerca de US$ 500 bilhões, informou a Bloomberg News.
Sua avaliação anterior estava em US$ 300 bilhões em uma rodada de financiamento de US$ 40 bilhões liderada pelo SoftBank.
Desse total de US$ 40 bilhões, a OpenAI foi responsável por captar US$ 10 bilhões por meio de um sindicato de investidores.
Friar disse que a demanda dos investidores foi tão grande que a empresa acabou levantando US$ 11 bilhões, elevando o total de recursos captados na rodada atual para US$ 41 bilhões.
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