Bloomberg Línea Brasil — Na penúltima semana do mês, uma startup francesa, a Veesion, fez o principal anúncio em volume financeiro captado. Com investimentos do bilionário Bernard Arnault, a empresa opera uma plataforma para identificar furtos em lojas.
Fundada em 2018, a Veesion tem sido contratada por donos de estabelecimentos brasileiros nos últimos anos. O país já é o maior mercado para a startup europeia em número de clientes.
Os outros aportes da semana ficaram com a brasileira Next Fix, uma plataforma de gestão de academias, a argentina Calice, com atuação no agro, e a brasileira Avenia, do mercado de stablecoins.
Veja os principais aportes e valores da semana:
Veesion
A francesa Veesion, com investimentos do bilionário Bernard Arnault, fundador e controlador da LVMH, maior holding do mercado de luxo do mundo, fechou uma rodada de € 38 milhões e irá abrir um escritório no Brasil para continuar a crescer em um mercado que já responde pela sua maior base de clientes.
A startup faz uso de inteligência artificial (IA) e visão computacional para evitar furtos em mercados e lojas de varejo. É dona de um software de videovigilância, criado a partir do emprego de inteligência artificial, que detecta gestos suspeitos dos transeuntes.
O mecanismo é conectado às câmeras de segurança dos estabelecimentos e acompanha os gestos dos clientes em movimento pelas lojas.
O foco da startup está em clientes como mercadinhos, lojas independentes e farmácias - e também grandes redes como Walmart e Leroy Merlin.
O aporte foi liderado pela White Star Capital e contou com a participação da Red River West e do banco Bpifrance, por meio do fundo Digital Venture.
Investidores no cap table, como Odyssée Ventures, Verve Ventures e Founders Future e a Aglaé Ventures, de Arnault, também entraram na rodada.
Next Fit
A Next Fit, plataforma de gestão para negócios fitness e esportivos, captou R$ 50 milhões em rodada Série A para escalar sua operação e investir em sua vertical financeira, a Next Fit Pay.
Fundada em 2019, a startup de Criciúma (SC) atende academias, estúdios e quadras esportivas, com foco em pequenos e médios negócios. Hoje, soma 13.000 clientes e registra uma receita recorrente anual (ARR) de R$ 52 milhões.
A empresa oferece ferramentas de CRM, gestão de treinos com inteligência artificial, cobrança e antecipação de recebíveis, além de um aplicativo com gamificação que já tem mais de 1 milhão de usuários ativos. A equipe, que hoje conta com 200 pessoas, deve triplicar nos próximos anos, com foco em tecnologia.
O investimento foi liderado pela Cloud9 Capital, gestora que vinha acompanhando a trajetória da startup há quatro anos. Contou ainda com a participação do fundo norte-americano Parceiro Ventures e do brasileiro DOMO.VC, ambos já no cap table.
Calice
De origem argentina, a Calice, agtech especializada em inteligência artificial, levantou US$ 2,5 milhões (cerca de R$ 14,2 milhões, na cotação atual) para escalar sua plataforma focada na análise de dados no campo.
Com atuação consolidada na Argentina e nos Estados Unidos, a startup estreou no Brasil no início deste ano e mira agora o lançamento de uma nova versão da solução em junho, com foco em empresas de sementes, alimentos e biológicos.
A tecnologia desenvolvida pela empresa modela dados biológicos e agronômicos para prever e melhorar rendimento e adaptabilidade de culturas, ajudando empresas a otimizar seus programas de pesquisa e posicionamento de produtos.
A rodada teve como principal investidor a europeia Astanor, com participação de Draper Cygnus, Xperiment Ventures, AIR Capital, Innventure e GrainCorp Ventures.
Avenia
A Avenia, antiga BRLA Digital, recebeu R$ 12 milhões em rodada Seed co-liderada pelos fundos Big Bets e Fluent Ventures, com participação da Grão VC, dos fundadores das fintechs Barte e El Dorado, além do programa de aceleração do Pinheiro Neto Advogados.
A fintech é conhecida pela emissão do BRLA Token, stablecoin pareada ao real, e já processou mais de R$ 3 bilhões em operações B2B. Em expansão pela América Latina, a Avenia foca na construção de uma infraestrutura robusta para pagamentos cross-border e liquidações com stablecoins.
A maior parte da receita da empresa já vem dessa frente, voltada a fintechs e grandes corporações que demandam soluções em câmbio e transferências internacionais.
O novo capital será usado para reforçar a infraestrutura tecnológica, ampliar a operação para outros países da região e obter licenças regulatórias.
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