Fintech com IA para PME atrai Patria em captação de equity e dívida de R$ 500 mi

Credix recebeu aporte de US$ 6 milhões em rodada liderada pelo Patria Investimentos, com participação de Valor Capital, ParaFi Capital e Polígono Capital, joint venture entre BTG Asset e Prisma Capital; e levantou R$ 470 milhões via FIDC

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Bloomberg — A Credix, uma fintech que utiliza inteligência artificial para fornecer crédito a pequenas e médias empresas no Brasil, captou R$ 500 milhões em capital e dívida para financiar empréstimos e pesquisa tecnológica.

O principal investidor na rodada de investimento em equity de US$ 6 milhões foi a unidade de high growth do Patria Investimentos, uma das maiores gestoras de ativos alternativos da América Latina.

O Valor Capital, a ParaFi Capital e a Polígono Capital, uma joint venture entre a BTG Asset Management e a Prisma Capital Control, também participaram.

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A Credix também levantou R$ 470 milhões em dívida por meio de um FIDC (Fundo de Investimento em Direitos Creditórios). Entre os investidores no FIDC estão a Polígono e a BTG Asset.

Fundada em novembro de 2021 em Antuérpia, na Bélgica, a Credix agora tem seu escritório principal em São Paulo e concedeu R$ 275 milhões em crédito nos últimos 12 meses, de acordo com Thomas Bohner, 30 anos, CEO e fundador da empresa.

O objetivo é atingir R$ 1 bilhão em empréstimos nos próximos 12 meses, disse.

“Grande parte dos recursos captados na rodada será investida em nossa presença e escritório no Brasil”, disse Bohner em entrevista à Bloomberg News.

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Depois de passar a carreira em Londres e Nova York, onde trabalhou em bancos e empresas financeiras, Bohner disse que percebeu como a tecnologia poderia ajudar pequenas e médias empresas na América Latina a ter mais acesso a financiamento.

“Começamos no mercado brasileiro e reconhecemos que a oportunidade aqui era tão grande que montamos um escritório em São Paulo. E me mudei para a cidade há dois anos e passamos a nos concentrar totalmente no país”, disse ele.

Não falta capital no Brasil, segundo ele, mas acrescentou que a distribuição de capital para pequenas e médias empresas é o verdadeiro problema.

“Lançamos um produto chamado CrediPay, uma plataforma e infraestrutura de crédito proprietária — um motor de crédito totalmente baseado em dados e inteligência artificial para automatizar o processo de crédito”, disse ele.

Empresas como a unidade da Volvo no Brasil são clientes da CrediPay, o que permite que pequenas e médias companhias que compram seus pneus, motores ou autopeças paguem suas compras em parcelas.

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Entre os investidores atuais da Credix estão a Motive Partners, Marcelo Claure, presidente do conselho da Shein na América Latina, e Ricardo Villela Marino, acionista e vice-presidente do conselho de administração do Itaú Unibanco.

A fintech conta com 30 funcionários, 26 em São Paulo e quatro na Bélgica. São engenheiros, cientistas de dados e equipes de vendas e operações.

“Também temos dez agentes de IA atuando em cobrança, suporte ao cliente e análise de crédito”, disse Bohner.

O Patria tem “tantos grandes players industriais com os quais temos relacionamentos próximos” que pode ajudar a Credix a acelerar seus esforços comerciais, disse Pedro Sirotsky Melzer, sócio da gestora de recursos.

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