Agentes de IA vão fazer tudo para nós muito em breve, diz CEO da CloudWalk

Em entrevista à Bloomberg Línea no Web Summit Rio, Luis Silva destacou a evolução acelerada dos agentes de IA e a necessidade imperativa de mudança do foco de aprendizado das pessoas

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Bloomberg Línea — A CloudWalk, dona da InfinitePay, tem combinado um rápido crescimento, com uma receita anualizada de US$ 1 bilhão no Brasil, com um time “enxuto”, com pouco mais 650 pessoas.

Os números são resultado de uma estratégia bem-sucedida até aqui na construção de uma plataforma que combina blockchain e inteligência artificial e uma cultura de busca pela eficiência a despeito dos recursos disponíveis.

Em 2024, a startup que já alcançou o status de unicórnio obteve 50% da receita originada em produtos de IA (Inteligência Artificial), essencialmente na oferta de crédito, em pagamento instantâneo e na negociação de taxas precificadas, chamadas de “taxas inteligentes”.

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A expectativa é que em três anos os produtos baseados em IA respondam por cerca de 90% de todo o negócio.

Atualmente, a CloudWalk está em fase de expansão, levando o modelo de negócio aos Estados Unidos com a marca Jim.com.

Na liderança do negócio está Luis Silva, fundador e CEO.

A CloudWalk é a sexta empresa do empreendedor, que começou a primeira aos 21 anos.

No Web Summit Rio, evento no qual falou sobre a AGI (Artificial General Intelligence), o empreendedor compartilhou em entrevista à Bloomberg Línea como enxerga o futuro da inovação tecnológica.

“A versão dos agentes que estamos usando nesse momento é a pior que já teremos usado. A cada trimestre, a tecnologia vai melhorar de uma maneira muito relevante e, muito em breve, os agentes de IA estarão fazendo tudo para nós”, afirmou Silva.

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Os agentes de IA atuais estão em uma fase que o empreendedor chama de “proto-AGI”.

Ao mesmo tempo em que fazem muitas coisas melhores que as realizadas pelos seres humanos, ainda cometem falhas em coisas simples ou triviais.

“Eu acho que estamos muito próximos de ter agentes completamente autônomos que são muito melhores que humanos em praticamente todas as tarefas ou em todas as tarefas”, afirmou.

De acordo com Silva, o papel dos seres humanos ficará reservado a aprender a usar as tecnologias para a resolução de problemas, desde as questões sociais até os negócios, a política e a governança.

“A tecnologia vai estar muito próxima de chegar a um ponto em que os humanos não precisam mais ficar gastando tanto tempo com tarefas de lógica ou razão”, disse.

Esse novo cenário traz um desafio em si, que é preparar a sociedade para lidar com as novas habilidades necessárias.

“O nosso sistema educacional inteiro foi projetado para ensinar matemática, história, geografia, mas não como usamos tecnologia para resolver grandes problemas”, explicou.

Quem conseguir fazer o salto, por outro lado, terá às mãos grandes oportunidades de ser bem-sucedido.

Com as novas ferramentas à disposição, disse acreditar o empreendedor, nunca foi tão fácil começar um negócio e manter uma estrutura eficiente.

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