Bloomberg — A Volvo Car planeja eliminar cerca de 7% de sua força de trabalho global, à medida que a montadora sueca corta custos para combater a demanda fraca e proteger os lucros.
A medida afetará cerca de 3.000 cargos, incluindo 1.000 consultores, informou a Volvo Car na segunda-feira. A fabricante emprega cerca de 43.800 pessoas, mais da metade delas na Suécia.
A Volvo Car incorrerá em custos de reestruturação de até 1,5 bilhão de coroas suecas (US$ 140 milhões) que terão impacto nos resultados do segundo trimestre da empresa.
Leia também: Volvo anuncia volta de ex-CEO histórico para enfrentar mercado com tarifas de Trump
O CEO Hakan Samuelsson está promovendo um amplo programa de eficiência de 18 bilhões de coroas suecas, depois que a Volvo Car divulgou uma queda de 60% no lucro operacional do primeiro trimestre.
As medidas, anunciadas no mês passado, têm o objetivo de estabilizar a montadora, já que ela enfrenta o aumento das barreiras comerciais e a demanda desigual por veículos elétricos.
As ações da Volvo Car subiram até 4,9% em Estocolmo. As ações caíram cerca de um quarto este ano.
Samuelsson, em uma entrevista na sexta-feira, descartou as preocupações de que os cortes deveriam ser vistos como um sinal de que o proprietário chinês da montadora estava procurando assumir mais controle sobre o desenvolvimento de produtos e transferir empregos em P&D para a China.
Com o apoio de um mandato firme do fundador do Zhejiang Geely, Li Shufu, Samuelsson, de 74 anos, tem a tarefa de reforçar a integração e extrair sinergias em todo o grupo Geely.
Ele já substituiu seu diretor financeiro e planeja dar às regiões da China e dos EUA mais autonomia para reagir mais rapidamente às preferências dos clientes locais. Como parte do programa de eficiência revelado no mês passado, a Volvo Car pretende reduzir as despesas com materiais, custos com pessoal e investimentos.
Leia também: Por que as tarifas de Trump no setor automotivo colocam a Tesla à frente das rivais
Os cortes mais recentes afetam 1.200 funcionários na Suécia, 1.000 cargos atualmente ocupados por consultores - a maioria deles também na Suécia - e o restante em outros mercados, informou a empresa.
A medida é “fundamental para criarmos uma empresa estruturalmente mais eficiente e resiliente”, disse o CFO Fredrik Hansson em uma entrevista.
A última vez que a Volvo anunciou reduções na força de trabalho foi em 2023, quando alertou que até 1.300 empregos de colarinho branco na Suécia estavam em risco. Por fim, a empresa eliminou cerca de 700 posições, disse um porta-voz na segunda-feira.
-- Reportagem atualizada às 18h33 para trocar a imagem de destaque e ressaltar que as demissões se referem à Volvo Car. A Volvo Group, fabricante sueca de caminhões e ônibus que opera a Volvo Caminhões, é uma empresa distinta e sem relação com a Volvo Car, controlada pela chinesa Zhejiang Geely Holding Group.
Veja mais em bloomberg.com
