Bloomberg — As vendas da Shein nos EUA sofreram um golpe desde que o governo Trump encerrou uma isenção tarifária para pequenas remessas que ajudou a impulsionar o crescimento da varejista.
A política, chamada de “minimis”, terminou em 29 de agosto e, em setembro, as vendas observadas da Shein caíram cerca de 8% em relação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com dados da Bloomberg Second Measure, que rastreia as transações de um grupo anônimo de compradores dos EUA.
Isso marcou o segundo pior desempenho mensal dos últimos três anos.
O governo Trump disse que uma das razões pelas quais encerrou a política, que permitia que remessas de valor não superior a US$ 800 entrassem nos EUA com isenção de impostos, foi para igualar o campo de atuação das empresas americanas.
Leia também: ‘Taxa das blusinhas’ se espalha na América Latina para conter avanço de Temu a Shein
A Shein, de capital fechado, fundada na China continental e agora com sede em Singapura, tem crescido rapidamente nos últimos anos, auxiliada pela redução de preços dos concorrentes com produtos fabricados na Ásia.
As vendas trimestrais quase atingiram US$ 10 bilhões nos primeiros três meses do ano, informou a Bloomberg em julho.
O fim do “minimis” ajudará os concorrentes da Shein no setor de fast fashion, disse Poonam Goyal, analista sênior da Bloomberg Intelligence que cobre o comércio eletrônico de varejo. Outros grandes participantes do setor incluem a H&M e a Zara.
“O campo de jogo foi nivelado”, com o fim do de minimis, disse Goyal. “Isso significa que seus preços não são tão competitivos como eram no passado.”
Shein não respondeu a um pedido de comentário para esta história.
A primeira medida da Casa Branca em relação ao de minimis ocorreu no início de maio, quando removeu a isenção das remessas da China.
A Shein aumentou os preços - inclusive alguns drasticamente - antes da mudança, informou a Bloomberg na época. Os negócios da empresa nos EUA também foram afetados, com uma queda de quase 11% nas vendas mensais, de acordo com a Second Measure.
Desde então, a Shein diminuiu sua busca por uma oferta pública inicial. A varejista também vem diversificando sua cadeia de suprimentos, inclusive reduzindo sua dependência da China.
Natasha Kuliecza, estudante do segundo ano da Universidade Rutgers e compradora frequente da Shein, disse que procurou alternativas, como a Amazon e a Target, depois de ver os preços subirem e os prazos de entrega aumentarem na Shein.
Leia também: Shein abre sua rede de fornecedores para marcas de moda em busca de novas receitas
“Como estudante universitária, estou tentando economizar em tudo”, disse Kuliecza. “Então, quando quero mais roupas, prefiro ir pelo caminho mais barato.”
Veja mais em bloomberg.com
Leia também
Na Shopee, entrega rápida e lojas oficiais reforçam estratégia para avançar no Brasil