Ticketmaster é processada nos EUA por revenda de ingressos que ‘triplicam taxas’

Empresa recebeu US$ 3,7 bilhões em taxas sobre ingressos revendidos entre 2019 e 2024, segundo o FTC. Ela negou ter cometido irregularidades

Por

Bloomberg — A Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos (FTC) e sete estados processaram a Live Nation e sua subsidiária Ticketmaster por não terem conseguido conter o uso de bots automatizados de venda de ingressos e operações de revenda em larga escala.

Em uma ação judicial que a FTC disse ter apresentado no tribunal federal da Califórnia na quinta-feira, a agência de proteção ao consumidor disse que a maior plataforma de venda de ingressos do país não conseguiu impor seus próprios limites de compra, o que permitiu que os revendedores comprassem um grande número de ingressos para eventos populares.

A agência disse que a Ticketmaster ignorou sistematicamente os corretores de ingressos que ultrapassaram seus limites, já que ganha dinheiro com as revendas.

Leia também: Ticketmaster vê mercado para crescer no Brasil com futebol e teatro, diz VP

As ações da Live Nation caíram até 3,5%, a maior queda intradiária desde 29 de maio.

A Ticketmaster pode “triplicar” as taxas, alegou a FTC, uma vez que ganha dinheiro com a primeira venda de ingressos, bem como com o comprador e o vendedor na revenda.

A Ticketmaster recebeu US$ 3,7 bilhões em taxas sobre ingressos revendidos entre 2019 e 2024, disse a FTC.

A agência disse que as ações da Ticketmaster violaram a Better Online Ticket Sales Act, ou BOTS Act, que foi aprovada em 2016 para evitar a venda de ingressos em larga escala, proibindo o uso de bots, ou métodos automatizados de contornar os limites de ingressos por pessoa.

A FTC redobrou seu escrutínio sobre a venda de ingressos durante o governo Trump depois que a Casa Branca emitiu uma ordem executiva em março instruindo a agência a priorizar a aplicação da Lei BOTS. A ordem exige um relatório sobre como as agências estão cumprindo a lei até o final de setembro.

Leia também: EUA processam Live Nation e Ticketmaster por alegado monopólio e prejuízos a fãs

No mês passado, a agência processou um corretor de ingressos com sede em Maryland por violar a Lei BOTS na compra de ingressos para a Eras Tour de Taylor Swift.

A empresa negou ter cometido irregularidades e disse que a FTC adotou uma interpretação excessivamente ampla da lei.

Veja mais em bloomberg.com