O CEO da Telefônica (TEF), Marc Murtra, confirmou nesta terça-feira que a multinacional espanhola seguirá seu plano de deixar o mercado latino-americano, com exceção do Brasil, o que implica em um desinvestimento no México, Chile e Venezuela, onde ainda está presente.
“Nossa saída responde a uma estratégia que foi tomada em 2019 e que o Plano Transformar e Crescer agora endossa”, afirmou Murtra em uma coletiva de imprensa, após a apresentação do plano estratégico da empresa. “A Telefónica Hispam continua no México, Chile e Venezuela, e nós estamos saindo da Hispam.”
Murtra acrescentou que “a Telefónica tem que ser uma operadora europeia, porque três dos quatro principais mercados estão na Europa".
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A esse respeito, ele disse que o objetivo da empresa é se concentrar na Alemanha, Espanha, Reino Unido e Brasil, o único país da América Latina onde manterá suas operações.
Quando perguntado sobre a saída da empresa da Venezuela, Murtra descartou que isso estivesse relacionado a motivações políticas e especificou que a decisão faz parte de um plano de 2019, ratificado este ano em vista das metas de 2030.
“Não somos um ator político, nem damos opiniões políticas”, disse o CEO da Telefónica.
O Ibex 35 encerrou a terça-feira com uma forte correção, afetado pela queda da Telefônica e pela deterioração do sentimento global em relação às avaliações do setor de tecnologia e a deterioração do sentimento global em relação às avaliações do setor de tecnologia.
O índice seletivo espanhol caiu 0,20% e fechou em 16.005,5 pontos, com quedas generalizadas na maioria dos setores.
A Telefónica caiu 13% depois de registrar uma queda nos lucros e cortar seus dividendos.
Desinvestimento na América Latina
Há apenas um mês, a Telefónica Chile confirmou em um comunicado que sua controladora, a espanhola Telefónica, decidiu vender a unidade local.
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A América Móvil SAB de CV, do México, e a Empresa Nacional de Telecomunicaciones, do Chile, confirmaram na época que estavam entre as partes interessadas e que estavam trabalhando em uma oferta conjunta e que estavam trabalhando em uma oferta conjunta.
A WOM também poderia fazer uma oferta por partes da Telefônica Chile, segundo uma pessoa familiarizada com o assunto que falou à Bloomberg News.
A Telefónica também anunciou em março deste ano que venderia 65% de suas operações na Colômbia para a Millicom por cerca de US$ 400 milhões.
Na Argentina, a Telecom Argentina, cujo principal acionista é o Grupo Clarín, concordou em comprar a operação da Telefónica por US$ 1,245 bilhão, embora o governo de Javier Milei tenha prometido bloquear a transação, alegando preocupações com a possibilidade de um monopólio.
No Peru, o negócio da Telefónica foi vendido por cerca de US$ 1 milhão para a Integra Tec International Inc., da Argentina, que tem experiência nos setores de telecomunicações, serviços públicos, mídia, energia, produtos químicos e recursos naturais.
No Equador e no Uruguai, as filiais da Telefónica foram vendidas à Millicom Espanha em outubro passado por 380 e 440 milhões de dólares, respectivamente.