Bloomberg — Alguns dos produtores brasileiros de ferro-gusa avaliam a possibilidade de interromper suas operações, já que as tensões tarifárias reduzem a demanda dos clientes dos Estados Unidos, os principais compradores de cargas do país.
A Modulax encerrará suas operações na próxima semana, com planos de fazer um trabalho de manutenção que estava originalmente programado para o final do ano, de acordo com o diretor executivo Geraldo Basques. “Não temos data para retomar a produção”, disse ele em uma entrevista à Bloomberg News, citando as preocupações comerciais.
A produtora rival Css Siderúrgica Setelagoana disse em um comunicado enviado por e-mail que está operando com estoques de matéria-prima enquanto aguarda mais clareza sobre a situação tarifária, mas também alertou que poderia ser forçada a encerrar as operações assim que os estoques se esgotarem.
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As posições foram adotadas depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto. Os importadores norte-americanos estão adotando uma postura de esperar para ver antes de aceitar possíveis preços mais altos para o material - um componente crítico necessário para fabricar aço nos EUA.
Os produtores brasileiros consideram conceder licença remunerada aos trabalhadores juntamente com demissões, uma vez que alguns compradores já suspenderam contratos, disse Fausto Varela, diretor do sindicato da indústria Sindifer. O sindicato tem conversado com legisladores brasileiros, já que as negociações comerciais entre o país e os EUA não progrediram como esperado.
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“É quase impossível redirecionar essas vendas para outros mercados no curto prazo”, disse Varela. “Se não houver mercado, não há como contornar a situação: vamos parar.”
O Brasil é o maior fornecedor do material para os EUA. E o comércio é crucial para a economia brasileira. Cerca de um terço das exportações de ferro-gusa do Brasil no primeiro semestre deste ano foi para os EUA, de acordo com dados do governo.
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