Bloomberg Línea — A Reag Investimentos alterou sua denominação social para Arandu Investimentos, em mudança aprovada em assembleia de acionistas no último dia 21 de novembro.
A decisão foi tomada três meses depois da Operação Carbono Neutro, da Polícia Federal, em conjunto com Receita Federal e autoridades da Justiça.
As ações passarão a ser negociadas na B3 sob o código ARND3 a partir de 3 de dezembro, em substituição ao ticker REAG3. O nome de pregão também será alterado de REAGINVEST para ARANDU.
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A Operação Carbono Neutro apurou suspeitas de que a gestora e cerca de 40 fundos de investimento teriam sido usados para ocultar a identidade de criminosos ligados ao PCC e lavar dinheiro.
A companhia enfrenta acusações relacionadas à gestão de recursos de terceiros e à prestação de informações aos investidores. O escândalo resultou na saída de executivos e na reestruturação da governança corporativa da empresa.
A Reag Investimentos era controlada pela Reag Capital Holding, fundada em 2012 por João Carlos Mansur, que também controlava outras empresas do grupo, como a Ciabrasf, vendida para a Planner Corretora.
Venda da Empírica
Em paralelo à mudança de nome, a Arandu concluiu a venda das empresas Empírica Holding e Empírica Gestão de Cobranças e Garantias para a Nova S.R.M. Administração de Recursos e Finanças, conhecida como SmartHub.
A transação, fechada em 24 de novembro, envolve valores que podem alcançar R$ 75 milhões.
A estrutura de pagamento inclui R$ 2,5 milhões à vista, acrescidos do caixa líquido das empresas. Cinco parcelas semestrais variáveis podem somar até R$ 22,5 milhões, corrigidos pelo IPCA (inflação oficial).
A compradora também assumiu integralmente as parcelas contingentes devidas pela Arandu aos antigos sócios da Empírica Holding. Essa obrigação está estimada entre R$ 36 milhões e R$ 50 milhões.
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A venda das empresas de cobrança representa a continuidade do processo de reorganização do portfólio da companhia. A estratégia visa focar em negócios considerados prioritários pela nova gestão.
Com a conclusão da operação, a Empírica Holding e a Empírica Cobranças deixaram de integrar o grupo econômico da Arandu. A decisão afasta a companhia do setor de recuperação de crédito e gestão de garantias.
Empresa em reestruturação
Segundo especialistas, a marca Reag ficou “arranhada” após a revelação das investigações, e a empresa busca reconstruir sua reputação.
A reestruturação da Arandu é liderada por Dario Graziato Tanure, CEO e chefe de relações com investidores, que também integra o conselho de administração.
O conselho da Arandu é presidido por Felipe Oppenheimer Pitanga Borges, com Carlos Alberto Heitor de Farias Maggioli Filho como vice-presidente. A diretoria financeira é ocupada por Giuliana Nigro Argese.
A companhia informou que continuará como detentora dos naming rights do tradicional complexo de salas de cinema Reag Belas Artes em São Paulo, com contrato vigente e possibilidade de renovação.
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