Prosus, dona do iFood, planeja levantar US$ 2 bi com a venda de participações

Plano faz parte da estratégia do CEO, o brasileiro Fabricio Bloisi, de simplificar a estrutura da companhia que investe em negócios de tecnologia; US$ 780 milhões em participações já foram vendidos nos últimos quatro meses

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Bloomberg — A Prosus planeja levantar US$ 2 bilhões por meio da venda de ativos, como parte da estratégia do CEO Fabricio Bloisi de simplificar a estrutura da companhia em torno de marcas importantes.

A empresa investidora em negócios de tecnologia, que é listada na Euronext, já levantou US$ 780 milhões com a venda de participações nos últimos quatro meses, estabelecendo US$ 2 bilhões como meta de curto prazo, disse Bloisi em sua assembleia geral anual de acionistas na quarta-feira (20).

A Prosus tem vendido um mix de ações listadas e parte de sua participação no aplicativo chinês de entrega de alimentos Meituan, informou a Bloomberg anteriormente.

No Brasil, o grupo é controlador do iFood, por meio da Movile, da qual Bloisi foi um dos fundadores.

Bloisi tem reduzido o vasto portfólio da empresa para dar ao investidor mais controle sobre um conjunto menor de ativos.

A Prosus, sediada em Amsterdã e subsidiária da Naspers, da África do Sul, quer evoluir do investimento primário em tecnologia para a construção de plataformas de comércio eletrônico de estilo de vida com foco na América Latina, Europa e Índia.

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A Prosus recebeu autorização das autoridades europeias de concorrência para adquirir a empresa holandesa de entregas Just Eat Takeaway.com, em troca da venda de sua participação de 27% na rival alemã Delivery Hero.

Bloisi disse que a conclusão antecipada do negócio poderia aumentar a receita da Prosus para até US$ 9,6 bilhões no exercício financeiro de 2026, em comparação com US$ 6,2 bilhões em 2025.

A Prosus registrou lucro pela primeira vez sob a nova estratégia de Bloisi, que se concentra em dobrar o valor de mercado do grupo até meados de 2028. As ações subiram 65% no último ano, avaliando a empresa em cerca de US$ 181 bilhões.

A Prosus espera que três empresas indianas do portfólio - Meesho, Captain Fresh e Urban Company - abram seu capital nos próximos 12 meses.

A empresa trabalha para reduzir os impactos de seu investimento inicial na Tencent Holdings, da China, por meio de sua controladora Naspers.

O valor da participação cresceu tão rapidamente que distorceu o preço das ações da Prosus e criou uma lacuna em relação a seus outros negócios.

Como solução, a Prosus empreendeu o maior programa de recompra de qualquer empresa de tecnologia do mundo, vendendo a participação da Tencent para comprar suas próprias ações.

Isso a ajudou a reduzir a diferença de valor em US$ 13 bilhões, juntamente com uma maior lucratividade em seus negócios de e-commerce.

A Prosus disse que o lucro ajustado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) em seu negócio de comércio eletrônico foi de US$ 237 milhões no primeiro trimestre fiscal de 2026, acima da meta e acima dos US$ 157 milhões no mesmo período de 2025.

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-- Com informações adicionais da Bloomberg Línea.

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