Prio estuda cobrar compensação da Equinor por interrupção em Peregrino, dizem fontes

De acordo com pessoas que falaram com a Bloomberg News, a Prio avalia opções depois que a ANP suspendeu a produção por questões de segurança; empresa é sócia minoritária com 40% do campo e acertou a compra dos 60% restantes em maio

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Bloomberg — A Prio (PRIO3) considera buscar uma compensação pela perda de produção causada por uma paralisação não planejada em um campo de petróleo offshore que a empresa brasileira acordou comprar da Equinor, segundo pessoas com conhecimento do assunto que falaram com a Bloomberg News.

A Prio avalia suas opções depois que a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) suspendeu a produção por questões de segurança no campo localizado na costa do Rio de Janeiro, disseram as pessoas, que pediram anonimato porque o assunto não é público.

Atualmente, a Prio é sócia minoritária com 40% do campo de Peregrino, que foi sua maior fonte de produção no segundo trimestre.

Em maio, a companhia fechou acordo para comprar a fatia de 60% da Equinor em Peregrino por US$ 3,5 bilhões e se prepara para assumir as operações.

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No mês passado, a ANP ordenou que a Equinor interrompesse a produção em Peregrino devido a problemas de segurança.

O campo estava produzindo mais de 90.000 barris por dia antes de ser paralisado em 15 de agosto e seguia fora de operação em 23 de setembro, segundo dados do site da ANP.

Grande parte dos trabalhos na unidade flutuante de produção, conhecida como FPSO, já foi concluída, e não deve demorar para que a ANP autorize a retomada da produção, disse uma pessoa a par das operações.

Em resposta a questionamentos, a Prio afirmou que não há decisão sobre qualquer pedido de compensação.

A Equinor não comentou sobre uma eventual compensação e disse que trabalha para retomar a produção de forma segura o mais rápido possível.

Na semana passada, a agência reguladora brasileira aprovou a primeira fase da transação com a Equinor que tornará a Prio a operadora do campo. A empresa norueguesa, sediada em Stavanger, reafirmou estar comprometida com a transação.

A paralisação de Peregrino ocorre em meio ao aumento da fiscalização de operações offshore pela ANP. Em 2024, o regulador realizou um recorde de 150 ações de fiscalização que resultaram em 33 paralisações totais ou parciais, segundo o relatório anual de segurança mais recente da ANP.

A Equinor enfrentou outros problemas de segurança neste ano. Em fevereiro, a falha em uma bomba provocou uma explosão a bordo de uma sonda da Valaris que realizava trabalhos no campo de Bacalhau, também operado pela Equinor.

Peregrino é uma peça-chave na estratégia de crescimento da Prio. No ano passado, a companhia adquiriu os 40% do campo que pertenciam ao grupo chinês Sinochem.

Peregrino tem sido o maior ativo produtor da Equinor fora da Noruega, mas a empresa decidiu vender o campo como parte de um movimento para simplificar suas operações.

A Equinor se prepara para iniciar ainda este ano a produção em Bacalhau, campo maior localizado na região do pré-sal.

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