Pimco vende toda a sua fatia de 20% na Oi com impasse sobre falência

Fundos geridos e assessorados pela gestora tinham adquirido participação em conjunto com o plano de recuperação judicial de 2024; Pimco chegou a ter 35% do capital da operadora

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Bloomberg — A Pacific Investment Management Company (Pimco) vendeu toda a sua participação na Oi (OIBR3) em meio a um longo impasse envolvendo a operadora brasileira de telecomunicações e seus credores.

Fundos geridos e assessorados pela gestora venderam as 64.811.440 ações ordinárias que ainda detinham na Oi, o equivalente a 19,73% do capital total da companhia, segundo carta da Pimco divulgada pela Oi na noite de terça-feira (25).

Os fundos da Pimco “não têm plano ou intenção” de alterar o controle ou a administração da empresa e não têm exposição a operações com derivativos envolvendo valores mobiliários da Oi, afirma a carta. A gestora não quis comentar além disso.

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Os problemas da Oi se arrastam há mais de uma década. A companhia pediu proteção contra credores em 2023, poucos meses depois de sair de sua primeira recuperação judicial — um processo que durou anos.

Ela foi declarada falida por um tribunal do Rio de Janeiro no início deste mês — uma decisão posteriormente suspensa dias depois, após recurso de um de seus principais credores.

Na ocasião, o juiz também determinou uma investigação sobre o papel da Pimco como acionista controladora da Oi.

A gestora detinha cerca de 35% do capital total da operadora na época, segundo documentos regulatórios — participação que começou a reduzir nos dias seguintes.

A Pimco afirmou em documentos judiciais vistos pela Bloomberg News que não é acionista da Oi, mas apenas administra fundos que são credores e possuem ações da companhia.

Esses papéis foram adquiridos em conjunto com o plano de recuperação judicial da Oi de 2024, e não como uma “aquisição voluntária de participação acionária”, já que a empresa não tinha como quitar suas dívidas garantidas por outros meios, mostram os documentos.

“Em resumo, o que ocorreu foi uma operação de recuperação financeira de uma empresa em dificuldades, e não uma tomada de controle”, diz o documento.

As ações ordinárias da Oi tiveram perdas em todos os anos desde 2021. Elas perderam cerca de 96% do valor no acumulado de 2025 e são negociadas na mínima histórica.

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