Península, da família Diniz, deixa o Carrefour global após dez anos de parceria

Empresa de investimentos da família de Abílio Diniz, morto em 2024, decidiu vender sua participação na rede de supermercados francesa, que era de 9,2% ao fim de 2024; família Saadé, da França, se tornou acionista de referência

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Bloomberg — A bilionária família Saadé, da França, tornou-se acionista de referência da rede de supermercados Carrefour, após a venda da participação da brasileira Península.

A família Saadé deterá cerca de 4% do capital do Carrefour, informou a companhia nesta quarta-feira (12), e Rodolphe Saadé passará a integrar o conselho de administração.

Segundo o Bloomberg Billionaires Index, a fortuna da família, estimada em cerca de US$ 34 bilhões, tem origem no grupo de transporte marítimo e logística CMA CGM.

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Embora os termos financeiros da operação não tenham sido divulgados, uma fatia de 4% do Carrefour seria avaliada em aproximadamente € 390 milhões (US$ 452 milhões) com base no fechamento das ações nesta quarta-feira.

Em comunicado separado, o Carrefour informou que a Península — veículo de investimento do empresário brasileiro Abilio Diniz, falecido em 2024 — decidiu vender sua participação na varejista francesa.

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“Após uma década de sólida parceria, a decisão da Península de vender sua fatia no Carrefour faz parte da nova estratégia de alocação de ativos do fundo”, afirmou o presidente do conselho da Península, Eduardo Rossi, no comunicado.

A Península detinha 9,2% das ações do Carrefour, o que representava cerca de 15,7% dos direitos de voto ao fim de 2024, segundo o relatório anual da companhia.

Com a saída do fundo brasileiro, as cadeiras no conselho ocupadas por Rossi e por Flavia Buarque de Almeida serão deixadas vagas.

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-- Matéria corrigida às 16h45 de 12 de novembro: a Península não vendeu sua participação diretamente para a família Saadé; e Eduardo Rossi é presidente do conselho da Península, e não presidente da empresa.

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