Bloomberg — A Oncoclínicas está a caminho de captar R$ 1,4 bilhão em capital novo, enquanto a operadora de centros de tratamento de câncer busca reduzir sua dívida e dissuadir discussões sobre uma oferta pública de aquisição (OPA) por parte de um de seus principais investidores, segundo uma pessoa familiarizada com o assunto que falou com a Bloomberg News.
Após utilizar os recursos da venda de novas ações para amortizar dívidas, espera-se que a Oncoclínicas esteja em conformidade com seus covenants de dívida, disse a pessoa, que pediu para não ser identificada porque a informação ainda não foi divulgada publicamente.
No segundo trimestre, a alavancagem da empresa ficou em 4,4 vezes a relação dívida líquida/Ebitda ajustado, uma medida de rentabilidade — ultrapassando o limite de 3,5 vezes estabelecido em seus contratos de dívida.
A Oncoclinicas (ONCO3) está com dificuldades para manter os investimentos e amortizar a dívida após acumular um endividamento líquido de R$ 3,9 bilhões, em parte devido a uma série de aquisições.
Leia também: Dasa acelera expansão com agenda que vai de produtividade a novos produtos, diz CEO
A venda de ações também visa apaziguar uma controvérsia relacionada à recente aquisição de uma participação por importantes investidores Centaurus Brazil Holdings LLC e Goldman Sachs.
Acionistas minoritários da Oncoclinicas solicitaram permissão a um juiz federal de Manhattan para intimar o Goldman Sachs a prestar esclarecimentos sobre a participação acionária do banco na Oncoclinicas.
Isso faz parte de uma disputa sobre se o fundo de investimento Centaurus Capital deveria ter sido obrigado a fazer uma oferta pública de aquisição quando comprou recentemente 16% da empresa.
Nem a Centaurus nem o Goldman Sachs participaram da oferta, segundo a fonte.
Investidor atual, a Latache Gestão de Recursos, um fundo que investe em ativos de risco, participou do aumento de capital, disse a pessoa, mas manterá sua participação em cerca de 15% na Oncoclinicas.
De acordo com a fonte, o fundo Geriba do Banco Santander SA, a Kapitalo Investimentos, a G5 Partners, a BTG Pactual Asset Management e a ARC Capital estão entre os novos investidores da Oncoclínicas após o aumento de capital.
A Goldman Sachs, a Oncoclinicas e a Latache não comentaram. A Centaurus não respondeu imediatamente ao pedido de comentário feito pela Bloomberg News.
A Oncoclinicas está entre as empresas brasileiras da área da saúde que buscam reduzir seu endividamento após um período de expansão agressiva.
A recente alta das taxas de juros complicou ainda mais as perspectivas do setor. A empresa registrou prejuízo líquido por quatro trimestres consecutivos.
Veja mais em Bloomberg.com
Leia também
O médico tem uma carreira longa. A Afya construiu um ecossistema para atendê-lo
Track&Field cresce acima de 30% e vê muita oportunidade para ampliar vendas, diz CEO