Nvidia projeta vendas acima do esperado e diz que IA atingiu ‘ponto de inflexão’

Ações da empresa disparam até 10% no after market depois de divulgação de balanço trimestral; companhia prevê receita de US$ 24 bi no 1º trimestre, acima das estimativas

Logo da Nvidia em Taiwan: o valor de mercado da Nvidia aumentou em mais de US$ 400 bilhões este ano
Por Ian King
21 de Fevereiro, 2024 | 07:33 PM

Bloomberg — A Nvidia (NVDA) prevê outro grande aumento nas vendas para o trimestre atual, ajudando a justificar um rali de ações que transformou a companhia de processadores em uma das empresas mais valiosas do mundo.

A receita no período atual deve ser de cerca de US$ 24 bilhões, afirmou a empresa em comunicado nesta quarta-feira (21). Os analistas previam em média US$ 21,9 bilhões. Os resultados no quarto trimestre também superaram as estimativas de Wall Street.

As ações subiram 6% nas negociações after market depois do anúncio. Os papéis fecharam o pregão a US$ 674,72 em Nova York, acumulando alta de 36% no ano.

O guidance estende uma sequência de receitas da Nvidia que superaram as expectativas, graças à demanda por seus aceleradores de inteligência artificial - chips altamente valorizados que processam dados para modelos de IA.

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A tecnologia tem impulsionado uma proliferação de chatbots e outros serviços de IA generativa, que podem criar texto e gráficos com base em simples comandos.

“A computação acelerada e a IA generativa atingiram o ponto de inflexão”, disse o CEO Jensen Huang no comunicado. “A demanda está crescendo em todo o mundo, em empresas, indústrias e países.”

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O valor de mercado da Nvidia aumentou em mais de US$ 400 bilhões este ano - elevando sua avaliação para US$ 1,67 trilhão - à medida que os investidores apostam que a empresa permanecerá a principal beneficiária de um boom na computação de IA.

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A Nvidia, cofundada por Huang em 1993, começou fornecendo placas gráficas para jogadores de computador. Seus negócios foram impulsionados nos últimos dois anos, quando sua tecnologia se mostrou hábil em lidar com cargas de trabalho pesadas como as exigidas pela IA. Os aceleradores H100 da empresa se tornaram lendários no mundo da tecnologia. Clientes têm se esforçado para comprar a maior quantidade possível.

Empresas como Amazon (AMZN), Meta Platforms (META), Microsoft (MSFT) e a Alphabet (GOOGL), dona do Google são os maiores clientes da Nvidia, respondendo por quase 40% de sua receita, enquanto correm para investir em hardware para computação de IA.

No quarto trimestre fiscal, encerrado em 28 de janeiro, a receita da Nvidia mais que triplicou para US$ 22,1 bilhões. O lucro foi de US$ 5,16 por ação, excluindo certos itens. Os analistas previam vendas de cerca de US$ 20,4 bilhões e lucro de US$ 4,60 por ação. Até 2021, a empresa não gerava uma receita como essa nem em um ano inteiro.

A divisão de data centers da Nvidia, agora de longe sua maior fonte de vendas, gerou US$ 18,4 bilhões de receita, um aumento de 409% em relação ao mesmo período do ano anterior. Chips de games forneceram US$ 2,87 bilhões de vendas.

A Nvidia agora trabalha para espalhar sua tecnologia de IA além das grandes empresas de data centers. Huang, de 61 anos, tem viajado pelo mundo argumentando que governos e corporações precisam de seus próprios sistemas de IA - tanto para proteger seus dados quanto para obter uma vantagem competitiva.

A Nvidia anunciou um acordo com a Cisco Systems (CSCO) no início deste mês que lhe dá um novo canal de distribuição. Como parte desse acordo, a Cisco, o maior fornecedor mundial de equipamentos de rede, ajudará a vender sistemas de IA completos para empresas.

Mas a Nvidia enfrenta riscos, incluindo concorrência crescente e o impulso de alguns clientes para desenvolver seus próprios chips de IA.

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A Advanced Micro Devices (AMD) começou recentemente a vender uma linha de aceleradores chamada MI300. A empresa espera obter receita de US$ 3,5 bilhões com esse produto este ano, acima de uma projeção anterior de US$ 2 bilhões. Mas a Nvidia não está parada. Os analistas esperam que a empresa em breve apresente aceleradores mais potentes.

A Nvidia também teve que navegar por novas regras de exportação para chips destinados à China, o maior mercado de semicondutores.

A empresa reduziu as capacidades de seus produtos para continuar vendendo para a região, que no passado representava um quarto da receita. Três meses atrás, a diretora financeira Colette Kress disse aos analistas que as projeções da empresa teriam sido maiores se não fossem pelas regras da China.

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