Bloomberg — A Novartis concordou em comprar a Tourmaline Bio em um negócio avaliado em cerca de US$ 1,4 bilhão, uma vez que a farmacêutica suíça continua a buscar acordos para aumentar seu pipeline de medicamentos.
A empresa pagará US$ 48 por ação, em dinheiro, pela biotecnologia sediada em Nova York, que tem desenvolvido um tratamento promissor para reduzir a inflamação sistêmica, um dos principais fatores de doenças cardiovasculares.
Isso representa um prêmio de cerca de 60% em relação ao preço de fechamento da Tourmaline Bio de cerca de US$ 30 na segunda-feira.
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As ações da Tourmaline Bio subiram até 57% nas negociações pré-mercado na terça-feira, com as ações sendo negociadas logo abaixo do preço da oferta, a US$ 47,25.
A Novartis caiu ligeiramente no início do pregão, mas acumula alta de 15% desde o início do ano.
A Novartis tem buscado aquisições que possam aumentar suas vendas para além de 2025.
A empresa tem enfrentado a concorrência de genéricos mais baratos no final deste ano para três medicamentos importantes, entre eles o seu medicamento cardíaco mais vendido, o Entresto.
Em abril, a empresa também concordou em comprar a biotecnologia norte-americana Regulus Therapeutics em um negócio que pode ser avaliado em até US$ 1,7 bilhão.
“Esse acordo faz sentido do ponto de vista estratégico, pois complementa a franquia cardiovascular da Novartis, que se concentra em necessidades altas e não atendidas em doenças cardiovasculares”, escreveu Stefan Schneider, analista da Vontobel, em uma nota.
O CEO Vas Narasimhan passou anos em busca de refomular o portfólio envelhecido da empresa e reduziu o foco da empresa a medicamentos inovadores em tipos específicos de doenças.
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Em abril, a Novartis elevou suas perspectivas para o ano, depois que o lucro superou as estimativas no primeiro trimestre, impulsionado por medicamentos para câncer de mama, esclerose múltipla e psoríase.
A Tourmaline está focada no desenvolvimento de um medicamento anticorpo anti-IL-6 IgG2 chamado pacibekitug para tratar a doença cardiovascular aterosclerótica, ou ASCVD, disse a Novartis na terça-feira.
A ASCVD é causada pelo acúmulo de placas nas paredes arteriais. As doenças relacionadas, como a doença coronariana e a doença arterial periférica, continuam sendo a principal causa de morbidade e mortalidade em todo o mundo, de acordo com a American Heart Association.
“Sem terapias anti-inflamatórias amplamente adotadas atualmente disponíveis para a redução do risco cardiovascular, o pacibekitug representa um avanço potencial na abordagem do risco inflamatório residual na ASCVD”, disse o Presidente de Desenvolvimento e Diretor Médico da Novartis, Shreeram Aradhye, no comunicado.
A transação foi aprovada pelos conselhos de ambas as empresas e espera-se que seja concluída no quarto trimestre de 2025.
--Com a assistência de James Cone e Subrat Patnaik.
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