Minoritários da Oncoclínicas questionam Goldman na Justiça de NY sobre IPO

Acionistas querem saber se a participação acionária do banco na empresa de tratamento de câncer foi informada de forma incorreta no prospecto de sua oferta pública inicial em 2021. O banco não respondeu imediatamente a um pedido de comentário da Bloomberg News

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Bloomberg — Os acionistas minoritários da Oncoclínicas querem questionar o Goldman Sachs sobre se a participação acionária do banco na empresa de tratamento de câncer foi informada de forma incorreta no prospecto de sua oferta pública inicial em 2021.

A Associação Brasileira de Investimento, Crédito e Consumo, a Abraicc, grupo que representa os acionistas minoritários da Oncoclínicas, pediu a um juiz federal em Manhattan na segunda-feira (3) a autorização para intimar o Goldman.

O pedido faz parte de uma disputa sobre se o fundo de investimento americano Centaurus Capital deveria ter sido obrigado a fazer uma oferta pública de aquisição quando recentemente adquiriu 16% da empresa.

Segundo a Abraicc, o prospecto do IPO afirmava que o Goldman possuía 94% da companhia.

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O estatuto social da Oncoclínicas também determina que um novo investidor que adquira participação superior a 15% deve fazer uma OPA, afirma o grupo de acionistas.

No entanto, a Centaurus, o family office do bilionário e ex-trader da Enron John Arnold, informou aos reguladores brasileiros que essa exigência não se aplica porque já era investidor antes do IPO, disse a Abraicc no processo.

“Isso significa que as representações feitas pela Oncoclínicas aos investidores em relação ao IPO eram falsas”, afirmou a Abraicc.

O grupo disse que quer as informações do Goldman para utilizá-las em uma ação coletiva planejada no Brasil contra a Oncoclínicas e a entidade autorregulatória brasileira que supervisiona os participantes do mercado.

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As ações da Oncoclínicas caíam até 2,8% na segunda-feira na B3. No acumulado do ano, os papéis recuam 6,3%, enquanto o Ibovespa sobe quase 25%.

Em uma carta de março, a Abraicc pediu à Oncoclínicas que esclarecesse se a Centaurus é obrigada a fazer uma oferta pública. O grupo sustentou que o Goldman reorganizou sua participação para conceder à Centaurus o interesse de 16%.

O Goldman não respondeu imediatamente a um e-mail da Bloomberg News com pedido comentário sobre o caso. A Oncoclínicas também não respondeu de imediato. Um porta-voz de Arnold não fez comentários.

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A Abraicc afirmou que, com base na fórmula especificada no estatuto da Oncoclínicas, a Centaurus teria que fazer uma oferta pública de aquisição equivalente a aproximadamente oito vezes o preço atual das ações da empresa.

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