Bloomberg Línea — O Mercado Livre tem crescido no negócio de streaming nos últimos anos e agora reforçou sua estratégia com o objetivo de dobrar a audiência da plataforma Mercado Play, disponível em oito países da região.
A gigante de e-commerce e tecnologia não pretende competir com Netflix e outros grandes players do setor, mas busca fazer que o serviço oferecido aos clientes “complemente as assinaturas pagas”, segundo Pablo García, vice-presidente de fidelidade e entretenimento da empresa, em uma entrevista à Bloomberg Línea.
Na avaliação dele, o Mercado Play oferece conteúdo gratuito de forma segura e, por sua vez, “se conecta com o ecossistema do Mercado Livre”.
“Na América Latina, mais de 50% das pessoas não têm uma assinatura de um serviço de streaming. Vemos que há uma valorização muito grande que tem a ver com conteúdo gratuito e seguro“, afirmou o executivo.
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Desde seu lançamento, há 20 meses, o serviço registrou um crescimento acelerado. Passou de um milhão de espectadores mensais em janeiro de 2024 para mais de seis milhões em julho de 2025.
Atualmente, está disponível na Argentina, no Brasil, no México, no Chile, na Colômbia, no Uruguai, no Equador e no Peru.
“É provável que continuemos a nos expandir. Faz sentido continuarmos nos aprofundando“, disse ele.
O aplicativo tem 2.500 títulos e 15.900 horas de conteúdo. Agora disponível em mais de 70 milhões de Smart TVs na América Latina, ele obteve 8,8 milhões de downloads desde seu lançamento.
O Mercado Livre trabalha no modelo de serviço gratuito com conteúdo publicitário, oferecendo a possibilidade de vincular o universo de compras com o universo de streaming.
“É um complemento muito bom para o usuário do MercadoLibre e para o nosso ecossistema Mercado Ads”, disse.
O Mercado Ads é uma unidade de negócios do Mercado Livre para promover produtos e, assim, obter maior visibilidade dentro da plataforma.
“Queremos continuar a crescer em alcance”, comentou e antecipou que o Mercado Ads “continuará a escalar com novos formatos, como oferecer um cupom para unir o mercado de TV com a transacionalidade, algo que é muito valioso para os gerentes de marketing das empresas”.
“Também adicionamos outros tipos de conteúdo, como esportes ou música. No Brasil, por exemplo, tivemos a Copa do Mundo de Clubes”, disse ele.
“Estamos explorando novos formatos e categorias de conteúdo“, afirmou o vice-presidente de fidelidade e entretenimento.
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