Luca de Meo, CEO da Renault, pede demissão para assumir liderança de dona da Gucci

Francesa Kering, grupo de luxo que também possui as marcas Yves Saint Laurent, Bottega Veneta e Pomellato, deve nomear o executivo italiano como CEO, disseram fontes à Bloomberg News, para reerguer o negócio como fez com a montadora

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Bloomberg — A Kering deve nomear o atual CEO da Renault como seu próximo diretor-executivo, o que significará colocar um gestor italiano que deu a volta por cima na antes “problemática” montadora francesa para assumir uma missão semelhante na proprietária da marca de moda Gucci.

Luca de Meo deverá ser nomeado CEO da Kering nos próximos dias, disseram pessoas familiarizadas com a situação à Bloomberg News, o que confirma uma matéria do jornal Le Figaro publicada neste domingo (15).

A esperada nomeação segue os rumores da semana passada de que a Kering avaliava a divisão das funções de CEO e presidente, atualmente ocupadas por François-Henri Pinault.

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Um representante da Kering se recusou a comentar a reportagem.

A Renault disse em um comunicado no domingo que de Meo havia apresentado sua demissão e deixaria a montadora em 15 de julho. O conselho de administração da Renault iniciou o processo de nomeação de um novo CEO, acrescentou a empresa.

A publicação francesa informou na semana passada que a Kering considerava a possibilidade de dividir os cargos, com Pinault, 63 anos, permanecendo como presidente do grupo de luxo francês que sua família controla.

De Meo, 58 anos, está há cinco anos na liderança executiva da montadora francesa, depois de cargos anteriores no Grupo Fiat e na Volkswagen. Durante sua gestão, ele firmou parcerias para a Renault com empresas de moda, como a icônica marca francesa Agnès B, e promoveu o aumento do merchandising.

Sob o comando do executivo italiano, a Renault “voltou a ter uma base saudável, ostenta uma gama impressionante de produtos e retomou o crescimento”, disse o presidente do conselho do grupo francês, Jean-Dominique Senard, no comunicado.

A mudança de governança na Kering ocorre depois que as ações da empresa perderam quase 80% de seu valor desde que atingiram um recorde em agosto de 2021.

O grupo tem procurado dar uma guinada em sua maior marca, a Gucci, com novos estilistas - o primeiro no início de 2023 e o último no início deste ano -, mas os esforços até agora fracassaram.

O grupo também nomeou novos CEOs para várias marcas, incluindo a Gucci e sua segunda maior marca, a Yves Saint Laurent, no ano passado.

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Embora com sede em Paris, a Kering é proprietária de outras marcas italianas, incluindo a fabricante de artigos de couro Bottega Veneta e a marca de joias Pomellato, o que provavelmente explica por que o grupo teria procurado um perfil como De Meo.

Com ele no comando desde julho de 2020, as ações da Renault praticamente dobraram de valor.

A nomeação de De Meo suscitará perguntas sobre o futuro de dois executivos de alto escalão sob o comando de Pinault: Jean-Marc Duplaix e Francesca Bellettini, que foram promovidos a vice-CEOs há dois anos.

O primeiro está mais focado em operações e finanças, enquanto a segunda supervisiona o desenvolvimento da marca.

Pinault liderou a Kering nas últimas duas décadas.

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